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“Recortes de Memória” exibe obras raras no Jardim Botânico do Rio

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O Jardim Botânico do Rio de Janeiro promove, até a próxima sexta-feira (14/7), a mostra “Recortes de Memória”, com itens da Biblioteca Barbosa Rodrigues nunca expostos ao público.

Entre as preciosidades exibidas, está a obra mais antiga do acervo, edição datada de 1565, “Commentarii in sex libros Pedacci Dioscordis Anazarbei De medica materia”, de Pietro Andrea Mattioli, sobre botânica médica. O livro traz ilustrações e descrições de plantas, animais e minerais que eram utilizados para fins terapêuticos no século 16. No Brasil, além da biblioteca do Jardim, somente a Biblioteca Nacional possui a obra. A mostra comemora os 133 anos da Biblioteca Barbosa Rodrigues, criada em 1890, e é gratuita.

Outra raridade em exposição é a obra “Hesperides siue De malorum aureorum cultura et usu libri quatuor”, edição de 1646, de Giovanni Battista Ferrari, sobre ilustração botânica, em especial frutas cítricas. Também pode ser visto pelo público “L’uirarêry, ou, curare : extraits et complément des notes d’un naturaliste brésilien”, de João Barbosa Rodrigues, edição de 1903. No livro, o botânico brasileiro expôs suas pesquisas sobre o curare, iniciadas quando de sua primeira viagem ao vale do Amazonas, em 1873, e a disputa que manteve com o médico e pesquisador do Museu Imperial de História Natural João Batista de Lacerda, em fins do século 19, sobre o antídoto do curare.

O curare é um veneno de ação paralisante, utilizado por algumas tribos indígenas da América do Sul, nas pontas das flechas e dardos lançados pelas zarabatanas, para a caça. Era fabricado em um ritual conduzido pelo curandeiro da tribo, com a utilização de diferentes tipos de lianas e raízes em sua composição, o que levou a intensa especulação sobre que espécie seria responsável pela toxicidade do veneno.

O visitante poderá apreciar ainda atas de plantio ricamente ilustradas, mapas de visitação antigos do Jardim Botânico do Rio, publicados a partir de 1922, e um raro exemplar de uma coleta realizada por Barbosa Rodrigues, diretor do Jardim Botânico durante 20 anos.

A Biblioteca Barbosa Rodrigues do Jardim Botânico do Rio de Janeiro é uma fonte de relíquias. Possui acervo de cerca de 110 mil volumes, entre livros, periódicos, iconografias, dissertações e teses na área de botânica e correlatas, sendo a maior da América Latina. Daquele total, são 4 mil obras raras sobre botânica, datadas dos séculos 16 ao 20. Autores como Von Martius, Saint Hilaire, Johann Baptist von Spix e Frei Velloso estão representados no acervo.

A coleção inicial da Biblioteca Barbosa Rodrigues, formada por obras pertencentes a D. Pedro II, foi doada pela família imperial a João Barbosa Rodrigues, então diretor do JBRJ. Desde então, vem acumulando um inestimável acervo científico, histórico e cultural especializado em botânica, meio ambiente e áreas afins no país.

As publicações, devido a sua data de edição, tiragem reduzida ou importância do autor, constituem fonte valiosa para estudos biológicos, especialmente nas áreas de botânica e história da ciência. Além da relevância para pesquisas bibliográficas, as obras raras constituem memória científica ímpar para a área de botânica no país e, em particular, para o Jardim Botânico do Rio.

A biblioteca tem intercâmbio com mais de 650 instituições nacionais e estrangeiras e realiza ainda a coleta, seleção e organização de acervo específico de jardins botânicos nacionais e estrangeiros. O catálogo eletrônico da Biblioteca Barbosa Rodrigues pode ser acessado em abcd.jbrj.gov.br/biblioteca

SERVIÇO
Mostra Recortes de memória – 133 anos da Biblioteca Barbosa Rodrigues
De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, até 14 de julho
Local: Biblioteca Barbosa Rodrigues – Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Jardim Botânico, 1008.
Entrada gratuita.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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