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Exposição de Evandro Teixeira chega ao CCBB Rio de Janeiro

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Um dos principais nomes do fotojornalismo brasileiro, Evandro Teixeira (1935) atuou na imprensa por quase seis décadas, sendo 47 anos no Jornal do Brasil, agora seu trabalho é homenageado em exposição que destaca uma das principais coberturas internacionais feitas por Evandro: a do golpe militar no Chile em 1973.

Evandro Teixeira
Foto: Evandro Teixeira / Acervo IMS.

Além dos registros feitos no país andino, a exposição traz ainda imagens produzidas por Evandro durante a ditadura civil militar brasileira, em um diálogo entre os contextos históricos dos dois países.

Com curadoria de Sergio Burgi, a seleção reúne cerca de 160 fotografias em preto e branco, livros, fac-símiles e outros objetos, como máquinas fotográficas e crachás de imprensa. Entre os registros feitos no Chile, estão as imagens do Palácio De La Moneda bombardeado pelos militares e do Estádio Nacional do Chile, local onde o governo encarcerou e torturou inúmeros presos políticos.

Outro destaque é a série de fotos que documentam a morte e o enterro do poeta Pablo Neruda. Evandro conseguiu registrar Neruda logo após seu falecimento, quando seu corpo estava em uma clínica em Santiago, sendo o único fotojornalista a documentar a cena. Em seguida, fotografou detalhadamente todas as etapas do velório e enterro do poeta, que contou com grande participação popular e se tornou o primeiro grande ato contra o governo de Pinochet.

Já entre as imagens feitas durante a ditadura militar brasileira, estão a da Tomada do Forte de Copacabana, feita exatamente no dia 1 de abril de 1964, as fotos das manifestações contrárias ao governo, em 1968, como a da Passeata dos Cem Mil, vetada pelos censores da época por registrar a faixa “Abaixo a ditadura, povo no poder”, ou ainda a foto na qual Evandro registra a queda de um motociclista da FAB, em 1965.

Para Sergio Burgi, o conjunto de imagens reforça a importância da prática diária do fotojornalismo como ferramenta de fiscalização do poder e preservação da memória: “A obra de Evandro Teixeira é expressão plena deste compromisso do fotojornalismo com o testemunho direto da realidade e com a liberdade de expressão e criação, essenciais tanto em nosso passado recente como ainda hoje. Passadas cinco décadas, suas imagens sobre as ditaduras militares no Chile e no Brasil reafirmam claramente a importância da democracia e do respeito absoluto ao estado de direito e à cidadania. São imagens que claramente desnudam o autoritarismo e permanecem denunciando, ainda nos dias de hoje, de forma clara e cristalina, os riscos das aventuras golpistas.”

A mostra também contribui para a reflexão sobre a extensa obra de Evandro Teixeira, profissional comprometido sobretudo com seu ofício, como revelam suas palavras: “Minha aventura pessoal identifica-se com a aventura vivida pelo mundo. Não tenho méritos para isso, sou um homem manejando uma câmera. Quando bem operada, é um fósforo aceso na escuridão. Ilumina fatos nem sempre muito compreensíveis. Oferece lampejos, revela dores do impasse do mundo. E desperta nos homens o desejo de destruir esse impasse.”

SERVIÇO
Evandro Teixeira, Chile 1973
Visitação: 30 de agosto até 13 de novembro
Local : CCBB (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro)
Funcionamento: De quarta a domingo, das 9h às 20h. Fechado às terças-feiras.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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