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Luciana Rique apresenta pela primeira vez sua série de fotografias abstratas

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Com curadoria de Eder Chiodetto, a artista carioca Luciana Rique apresenta “Entreato”, sua primeira individual em seu próprio ateliê, no Leblon, Rio de Janeiro.

A fotógrafa, que desde a infância faz seus registros como uma prática pessoal de leitura do mundo, nos últimos anos passou a direcionar sua produção no campo da fotografia sensorial, cujo resultado poderá ser conferido nessa mostra, que tem consultoria artística da KURA.

“Meu trabalho é sobre o não ouvido, o não visto, o interdito, o camuflado. Surge a partir do momento em que resolvi refletir acerca de uma situação de alheamento que vivi entre a infância e a adolescência. Era como estar permanentemente fora de foco. Percebi na fotografia um espaço lacunar por meio da qual criei relações em que ressoam minhas percepções e criam um lugar de cura e de conciliação comigo mesma”, diz a artista.

Entreato apresenta um conjunto de cerca de 30 obras que acentuam o olhar aguçado da artista que busca no cotidiano o elemento não dito, a nuance que escapa à linearidade cartesiana. Segundo Luciana, “o sentimento é uma coisa tão abstrata que muitas vezes não conseguimos explicar. Por meio da arte podemos mostrar o que não é possível ser colocado em palavras”.

A fuga do figurativo leva a artista a se encontrar na abstração das formas explorando contrastes de luz e geometria. Ao recortar fragmentos de uma cena, Luciana Rique torna o abstrato um elemento expressivo em si mesmo. Sua obra opera entre o que é visto e não é percebido, entre o referente fotográfico e o artífice, entre o trauma e a liberdade, entre o mundo tangível e sua representação em teatro. Entreato.

“Percebemos que o gesto artístico está empenhado em construir, fotograma por fotograma, uma constelação de cenas que ao serem reunidas ensejam o esboço de um universo paralelo que Luciana Rique cria para viver nele. Ao (se) expor, nesse espaço não linear erigido pela justaposição de luzes, cores e jogos formais, a artista nos convida para adentrá-lo e nos deixa permear por uma percepção de caráter sensorial e extático”, afirma o curador. Aliás, Chiodetto destaca que certos artistas como Luciana Rique se dedicam a construir com sua obra uma espécie de cápsula, um território à revelia do cotidiano ordinário, que finda por se constituir num espaço terapêutico.

A finalização das fotografias é de especial interesse da artista. Expostas em diferentes dimensões, desde 60cm até 1,80m, foram produzidas a partir de dye sublimation – técnica de impressão através do calor.

“É um processo no qual a imagem é transferida para a chapa de metal através de uma temperatura de 180 graus, por um processo de sublimação”, explica a artista. “Através de uma temperatura muito alta, a máquina transfere para a chapa de metal e traz um efeito visual de levitação, como se a imagem estivesse suspensa”, completa. Para finalizar, a artista opta por molduras de madeira invertidas que incorpora um visual orgânico para a obra, quebrando com a frieza própria de objetos metálicos.

Serviço:
“Entreato”, individual de Luciana Rique
Local: Ateliê Luciana Rique
Endereço: Rua General Artigas, 340 – 301, Leblon, Rio de Janeiro
Período expositivo: 11 a 24 de setembro
Funcionamento: 11h às 20h

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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