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Elas por Elas leva universo feminino às telas com grande elenco

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Todos nós já vimos filmes formados por uma reunião de contos que, geralmente, versam sobre um tema afim. Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Woody Allen são um exemplo, assim como o bem mais recente Relatos Selvagens, de Damián Szifrón. Elas por Elas é formado pela reunião de sete histórias dirigidas por mulheres diferentes, centradas em alguma divisão do universo feminino. A ideia é excelente e poderia ter rendido um material acima de qualquer suspeita, por se tratar de um grupo de vozes distintas em ideias, vivências e realidades. Porém, infelizmente, estamos diante de algo oposto ao que poderia se tornar, e ao mesmo tempo é provável que esse seja um filme que encontre seu público.

Elas por Elas Afinal, versar sobre as inúmeras dificuldades que mulheres passam em ritmo diário, os dilemas que precisam enfrentar e as escolhas que muitas vezes são colocadas na frente delas, não é para qualquer um. De desenvolvimento rápido e resolução ainda maior (os curtas têm, em média, 15 minutos cada), Elas por Elas poderia e deveria ser mais profundo do que apresenta, o filme acaba por não se passar por nada que vá além da premissa. Em cada uma das histórias, somos apresentados a uma protagonista que precisa expor sua verdade no menor espaço de tempo possível, o que dificulta um envolvimento que não seja superficial, para um grupo de narrativas que não saem deste lugar.

O grupo é formado por Catherine Hardwicke, Lucía Puenzo, Taraji P. Henson, Leena Yadav, Silvia Carobbio, Maria Sole Tognazzi e Mipo Oh, essa última responsável pelo melhor material apresentado. É uma história desenvolvida com algum cuidado e com a certeza de que algo sairia de relevante dessa união. Elas por Elas é acometido do que precisa ser reverberado socialmente, e acaba por tratar de muitas ordens do dia, algumas que são conseguidas a esmo. O que vemos é uma tentativa de alcançar um espaço, tanto dentro do cinema quanto do cinéfilo inclusivo, que fracassa de maneira retumbante, mas ainda encontra a unidade que preza um filme do gênero.

O filme traz um grupo feminino de mulheres fortes, que vão desde personagens reais em adaptações de seus dramas, a títulos mais singelos e menos espetaculares. No geral, trata-se de uma produção que busca a lágrima mais fácil através de emoções para lá de baratas, que visam apenas tocar o espectador mais suscetível. Isso não significa que o filme tente elaborar suas narrativas em lugares um pouco mais arriscados. O que vemos é um vale de lágrimas dos mais óbvios que tenta angariar para si a empatia de um público que pode ter sido comprado por Som da Liberdade e afins, mas que não faz questão alguma de mostrar qualquer coisa parecida com sofisticação.

O resultado varia entre o constrangimento e a comédia involuntária, mas que provavelmente encontrará uma fatia de público para chamar de sua. Além disso, o filme também exibe seus pouquíssimos recursos técnicos em uma produção modesta, que não tenta elevar suas capacidades. Ainda que ao menos três diretoras tenham trabalhos reconhecidos, aqui não há realce estético de qualquer forma em cena. Quase conseguimos ter empatia ao acompanhar o projeto, mas quando cada elemento entra em cena e percebemos que pouco do que é dito é verdadeiramente estarrecedor. Os diálogos são igualmente de matéria-prima deficiente e só levam o filme a ter ainda menos credibilidade.

Indicado ao Oscar nessa última temporada pela canção ‘Applause’, escrita pela indefectível Diane Warren, Elas por Elas pode chamar a atenção de grupos afastados da cinefilia. Aquele mesmo público que foi em peso conferir obras como Um Sonho Possível, não terá qualquer motivo para desagrado aqui. Ao resto, temos a quantidade certa de episódios, para que fosse seu videocassete possa ser o canal de exibição de um filme tão anos 80 como esse aqui parece ser.

 

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