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Exposição sobre o Passeio Público marca a sua chegada à região da Cinelândia

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O Passeio Público, primeiro parque da cidade do Rio de Janeiro, é o tema da exposição homônima que chega à Caixa Cultural, com curadoria de Carolina Rodrigues, Daniela Name e Paula de Oliveira Camargo. A partir de suas memórias e imaginações, o jardim projetado por Mestre Valentim no século XIX é abordado por obras inéditas de dezoito artistas nacionais, com linguagens, trajetórias e origens diversas.

Os participantes desenvolveram trabalhos para pensar, a partir desse espaço, a trajetória do país e seus múltiplos processos de ocupação urbana e de embates político-sociais. A exposição Passeio Público marca ainda a chegada da Caixa Cultural Rio de Janeiro à Cinelândia, construindo uma ponte entre as galerias de arte e o seu entorno. Abandono, desigualdade social, processos de “revitalização”, exploração humana, preconceitos, tentativas de controle da natureza e até mesmo histórias de amor estão discutidas nas obras que ocupam duas galerias e em instalações e ações que acontecerão em pleno parque.

Participam da exposição Ana Kemper; André Vargas; Barbara Copque; Denilson Baniwa; Diambe da Silva; Eloá Carvalho; Gabriel Haddad e Leonardo Bora; Gilson Plano; Ivan Grilo; Luana Aguiar; Mano Penalva; Mariana Maia; Moisés Patrício; Rafael Amorim; Raul Leal, Ronald Duarte e Zé Carlos Garcia.

“O projeto foi concebido especialmente para a Caixa, que passa a ocupar galerias vizinhas ao Passeio, e sempre tendo em vista a importância desse jardim projetado por Mestre Valentim para a cidade e, mais do que isso, para o imaginário do Rio de Janeiro. Não estamos propondo uma abordagem nostálgica, mas o entendimento de que ele foi e ainda é, um lugar de disputa e de muitas contradições no território carioca” , observa a crítica de arte Daniela Name, uma das curadoras da exposição e coordenadora da Caju, plataforma que idealizou a mostra.

Construído entre 1779 e 1783, o Passeio Público foi uma iniciativa do vice-rei Luís de Vasconcelos, que dizia querer oferecer ar puro para a população. Foi o primeiro parque público do Brasil, e criou, apenas para a elite colonial, uma nova prática: a de sair para passear nos espaços da cidade. A área verde reuniu esculturas, monumentos, pinturas ovais de Leandro Joaquim e mirantes que traziam à população a oportunidade de admirar o mar.

Muitas histórias estão por trás desse espaço do Rio de Janeiro, um marco histórico e arquitetônico, mas também um território em disputa na cidade. Ao longo do tempo, o Passeio sofreu violentas intervenções do homem na natureza, como o aterro da Lagoa do Boqueirão, única no Rio com ligação direta com o mar. Muitas foram as reformas, assim como os momentos de suposto abandono, isso é, períodos em que o parque deixou de chamar a atenção das camadas mais privilegiadas da população.

Seus espaços ainda guardam memórias que aparecem recontadas nas obras de arte presentes em Passeio Público, como a encomenda do vice-rei para Valentim do Fonte dos Amores, que pretendia imortalizar sua paixão por uma moça pobre. Seus tesouros arquitetônicos e naturais também são trazidos à tona, como o baobá centenário, que ainda se encontra na área verde. A árvore originária do continente africano guarda a lembrança das lavadeiras e da população menos abastada, que ocupava a região até o século XVIII e deixou de ser bem-vinda, quando a elite carioca passou a frequentar o local.

A programação da exposição conta ainda em novembro com um debate com o escritor e historiador Luiz Antônio Simas, a arquiteta Melissa Alves e o psicanalista André Abu-Merhy. O público infantil contará com uma visita guiada realizada pela educadora Priscila Medeiros.

A exposição pretende mostrar novas formas de olhar para memórias e imaginações, retraçando a história do Passeio Público por meio da arte e promovendo, a partir das discussões, a sua revitalização.

 SERVIÇO
Passeio Público
Visitação: De 28 de outubro até 17 de dezembro
Visitação: terça a sábado, 10h às 20h/ domingos e feriados, 11h às 18h.
Caixa Cultural Rio de Janeiro: Rua do Passeio 38, Centro
Entrada Gratuita

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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