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O Exorcista: Devoto revive grande clássico, mas falha miseravelmente.

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É inegável a importância que O Exorcista, de 1973, seja um dos filmes de terror mais importantes do cinema. Assim como Halloween, de 1978, consolidou o terror “slasher”, O Exorcista é o pai de grandes franquias de terror sobrenatural, como Invocação do Mal. O quarto filme da franquia, O Exorcista: O Devoto,  conta a história de duas garotas que ficam três dias perdidas na floresta após tentarem fazer uma sessão espírita, mas algo dá errado e elas entram em contato com algo que não é humano. As duas são possuídas por um ser demoníaco, e agora suas famílias precisam reunir forças de várias culturas e pessoas para enfrentar este mal.

O Exorcista: DevotoDesde o início da divulgação do primeiro trailer, o grande público estava completamente descrente para com este longa. Se o trailer já era bem confuso, o filme é mais! A direção de David Gordon Green simula o primeiro filme, forçando uma similaridade sem personalidade alguma. A direção faz uso de uma fotografia suja característica do primeiro Exorcista. As pessoas são suadas, as cores são ausentes, as ruas são sujas, o que traz um realismo que é marca do primeiro filme.

Porém, esse é o primeiro problema desse longa, ele se esforça tanto em criar apelo pelo passado que deixa sua própria personalidade de lado. O roteiro, também assinado por Gordon Green, tenta tirar a soberania cristã dentro do tema de exorcismo. Usando a personagem de Ellen Burstyn como um dispositivo para mostrar que ritos de cura e limpeza existem em culturas do mundo todo, a personagem repete isso várias vezes durante o filme. Todavia, como já dito, não existe personalidade. O longa traz uma personagem que se entende ser uma sacerdotisa de alguma religião de matriz africana dos EUA, mas ainda assim tudo gira em torno da figura do padre, do ritual católico que já estamos mais do que cansados de ver. Aliás, a sacerdotisa é interpretada pela maravilhosa Okwui Okpokwasili, suas aparições são rápidas e tão marcantes.

O início do filme já traz uma cerimônia de benção no Haiti, que acaba não sendo aproveitada. Várias situações que trazem novidades necessárias para este tipo de terror. O elenco em si é muito bom. Além de Burstyn, temos Ann Dowd que é excelente em filmes de terror, como já vimos em Hereditário, além de Leslie Odom Jr. . Mas sendo repetitivo, quando o roteiro não se esforça em ter personalidade própria, os personagens também não tem.

Infelizmente, O Exorcista: O Devoto se preocupou tanto em trazer o passado que esqueceu o presente. Claro que as referências são bem-vindas, sempre são. Porém usadas de forma vazia, sem contexto, elas só pioram tudo. E neste caso, elas mataram o filme.

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