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Jefferson Barbosa lança biografia de ialorixá, ativista social Mãe Beata de Iemanjá

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Jefferson Barbosa lança “A mãe do mundo” , um perfil biográfico da ialorixá e sua incansável defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa. O livro conta com textos de Flávia Oliveira, Eliana Alves Cruz, Sueli Carneiro e Xico Sá.

Jefferson Barbosa“Odoyá, salve mãe Iemanjá, a Rainha do Mar!”, algo parecido com a conhecidíssima saudação à Orixá mais popular do Brasil poderia ser entoado para homenagear a ialorixá Mãe Beata de Iemanjá. A rainha de todas as águas, elemento indispensável à vida, e mãe de todos os santos do candomblé, era também a orixá de cabeça de Beatriz Moreira Costa. Mulher negra, baiana de Cachoeira, bisneta de escravizados, e mãe de quatro filhos, ela foi uma das mais ativas sacerdotisas a favor da luta pela liberdade religiosa no país..

Não por acaso, o título desta obra é “A mãe do mundo”, livro de estreia do jornalista Jefferson Barbosa. que “bordou um perfil biográfico amoroso de uma mulher forjada no afeto”, como aponta sua colega, Flávia Oliveira, no texto de orelha.

Salve, portanto, “a mãe de muitos, avó de tantos, cuidadora de todos, Mãe Beata de Yemanjá”, ainda nas palavras da jornalista. Após se mudar para a Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, em busca de mais oportunidades para os filhos, Mãe Beata trabalhou como empregada doméstica, manicure, cabeleireira, pintora, artesã e figurante de novela da TV Globo, empresa onde trabalhou como costureira até se aposentar. “Sua história se entrelaça com muitas outras, inclusive com a história do Brasil”, aponta o autor.

Isto porque sua dedicação à religião não era menor que sua vigorosa militância. A partir de seu olhar empático e generoso para com o outro, ao longo de 86 anos de vida, Mãe Beata se doou em firme atuação política, com efeitos de proporções nacionais. Na obra, o leitor irá conhecer em detalhes seu protagonismo em lutas contra o racismo, o machismo, a homotransfobia e a intolerância religiosa, de dentro para fora dos terreiros.

As muitas lutas de Mãe Beata – Entre os destaques de sua incansável atuação está, por exemplo, seu papel fundamental, junto a outras mães de santo, na construção da Lei de Cotas e no processo político pela sua aprovação. Tão importante quanto foi a sua atividade à frente da ONG Crioula, uma das mais importantes organizações em prol da mulher negra e da saúde da população negra no Brasil. Ela também foi a responsável, em projeto com a PUC-Rio, pelo principal mapeamento dos terreiros de umbanda e candomblé em todo o território nacional.

“Este A mãe do mundo retrata sua caminhada como pioneira e revolucionária no ativismo de questões sociais a partir do Candomblé, seus passos e percepções sobre o mundo e suas microdinâmicas. Mãe Beata de Yemanjá é parte de um panteão de nomes da história afro-brasileira que não podem ser esquecidos”, afirma Jefferson em sua apresentação. Ele lembra que a militância da ialorixá foi tamanha, a ponto dela ter sido convidada a emprestar seu nome para denominar a principal organização pela liberdade religiosa, no país.

“Mãe Beata se junta a uma poderosa fileira de mulheres que mergulharam profundamente na experiência coletiva de suas comunidades religiosas. Mulheres que de forma proativa interferiram em rumos cruciais para garantir a existência e a continuação de seus cultos, em um país desde sempre hostil com as religiões cujas origens são o pertencimento negro”, atesta a escritora e roteirista Eliana Alves Cruz no prefácio do livro, que traz textos de contracapa da escritora e ativista Sueli Carneiro e do jornalista Xico Sá.

Quase como uma Chefe-de-Estado, Mãe Beata representou e defendeu as causas dos povos de terreiro, das mulheres negras, e do povo negro em diversas ocasiões oficiais e solenes como a Rio 92, a Rio +20, e em muitas outras oportunidades ao longo do segundo mandato do governo Lula, quando teve um emblemático encontro com o Papa Francisco. Após sua passagem, em 2017, seu filho, o babalorixá Pai Adaílton, é o sacerdote que atualmente dá continuidade ao seu trabalho religioso e político, na liderança do terreiro fundado por ela.

Serviço
“A mãe do mundo” – Noite de autógrafos com Jefferson Barbosa no Rio de Janeiro
Livraria Blooks de Botafogo
Dia 17 de novembro, sexta-feira, às 19h
Praia de Botafogo, 316 – Espaço Itaú de Cinema

 O autor também fará uma sessão de autógrafos na Casa da Utopia, no dia 24 de novembro, dentro da programação paralela da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty).

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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