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La Traviata retorna ao Theatro Municipal do Rio

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No ano em que se celebra o centenário de Maria Callas (1923-1977), o Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta a La Traviata, ópera que a grande diva greco-americana cantou em 1951, em seu suntuoso palco. A nova montagem leva a assinatura da mais celebrada ‘dupla lírica’ do país: o diretor André Heller-Lopes e o maestro Luiz Fernando Malheiro.

La Traviata
Foto: Leo Aversa

A convite do diretor artístico do Theatro Municipal, Eric Herrero, e com patrocínio da Petrobras, a nova versão de La Traviata é a primeira encenação completa da obra, sem cortes, a ocupar o palco do Municipal em mais de vinte anos. E a primeira montagem encenada por um brasileiro desde a versão assinada por Sérgio Britto, nos anos 70.

Heller-Lopes ressalta que a penúltima montagem do Municipal, em 1979, foi assinada por Franco Zeffirelli; enquanto que a última, em 2002, foi dirigida por uma equipe de discípulos do célebre diretor italiano. Entre as duas, apenas uma versão alugada do Chile, nos anos 1990. Toda uma geração ainda não teve a oportunidade de conhecer a obra-prima de Verdi.

“Curiosamente, uma obra inspirada em A Dama das Camélias é ainda uma ópera contemporânea: uma mulher julgada por sua liberdade sexual, a história do amor entre duas pessoas que é combatido (e destruído) por uma moral religiosa arcaica e a hipocrisia de uma sociedade conservadora na superfície”, comenta Heller-Lopes. Sua montagem, embora flertando com a estética do século XIX, com imensos cenários de Renato Theobaldo, que remetem às estruturas de ferro fundido existentes ainda hoje no Rio de Janeiro, aposta na ideia de que este é um mundo “enjaulado”. Um ambiente onde o feminino é objetificado, reduzido a um fetiche sexual em constante encenação.

Nos figurinos, Marcelo Marques reforça a ideia de anonimato dos corpos masculinos, em seus ternos pretos uniformes em oposição aos corpos femininos presos por espartilhos e tecidos pesados: o luxo como forma de opressão.

A nova montagem conta com três elencos protagonistas, com a carioca Ludmila Bauerfeldt (dias 17, 19, 23 e 25) e a argentina Laura Pisani (22 e 24) dividindo o papel de Violetta Valery com Michele Menezes (dia 26). No papel de Alfredo Germont estão Matheus Pompeu (dias 17, 19, 23 e 25), cantor mineiro que faz uma bela carreira na Europa, e o jovem carioca Ricardo Gaio (22 e 24); Ivan Jorgensen assume o papel na última recita. Completam o trio principal os barítonos Licio Bruno e Vinicius Atique, como o pai de Germont.

Nas últimas duas décadas, Heller e Malheiro têm sido responsáveis por algumas das mais importantes montagens de ópera no Brasil: uma Cavalleria Rusticana (ao ar livre, com a participação dos Bois de Parintins), um Tristão e Isolda (elogiado pela crítica do Estadão como “um padrão inédito de qualidade no Brasil), ou um Fausto (que circulou pelo Brasil e América Latina). Todas no Festival Amazonas de Opéra; A Valquíria e Crepúsculo dos Deuses, no elogiado ‘Anel Brasileiro’, de Wagner, em São Paulo e no Rio, assim como óperas do verismo italiano em Belo Horizonte e São Paulo.

Serviço:
La Traviata, de Giuseppe Verdi
Com Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Datas e horários:
17, 23, 24 e 25/11 – 19h
19 e 26/11 – 17h
Duração: Total de 3h10 com dois intervalos de 20 minutos e uma pequena pausa técnica.Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
End: Praça Floriano, S/N – Centro
Os ingressos podem ser adquiridos através do site theatromunicipal.rj.gov.br ou na bilheteria do Theatro. Antes de cada récita, será realizada uma palestra gratuita que terá a presença de um intérprete de Libras.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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