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 “Para Meu Amigo Branco” realiza curta temporada no Teatro Domingos Oliveira 

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Com dramaturgia de Rodrigo França e Mery Delmond e direção de Rodrigo, a peça é inspirada no livro homônimo de Manoel Soares e trata de um episódio de racismo entre crianças da escola. A menina Zuri, de 8 anos, é chamada pelo coleguinha de “negra fedorenta da cor de cocô”. Ao solicitar explicações à escola, o pai da menina (Reinaldo Junior) descobre que o racismo sofrido por sua filha estava sendo tratado como “coisa de criança”, bullying. Inicialmente solidário, um pai branco (Alex Nader) revela gradativamente o seu racismo quando descobre que o ato partiu de seu filho. A conduta das professoras Magda (Stella Maria Rodrigues) e Valéria (Mery Delmond) também revela as mazelas do racismo estrutural no sistema escolar.

“Necessária”, “obrigatória”, “emocionante”, “um soco no estômago” foram algumas das expressões utilizadas pelo público, que é situado nessa roda de conversa e convidado a sentar nas carteiras escolares que compõem o cenário. “Para Meu Amigo Branco” propõe essa calorosa e comovente discussão entre pais e professores, brancos e negros, em que os padrões da branquitude e do racismo se desvelam diante da plateia.

Por esse motivo, tem sido intensa a procura pela peça por instituições e empresas interessadas em debater o racismo no interior de suas engrenagens. Em celebração ao Dia da Consciência Negra, o espetáculo foi realizado pelo Movimento Negro no Monumento Zumbi dos Palmares, no Rio, no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, e selecionada pelos Comitês de Diversidade de escolas e empresas.

Para Meu Amigo Branco

Juíza Auxiliar da Presidência do TST, Adriana Melonio explica por que convidou a peça para fechar o curso “Letramento Racial: Reeducar para Construir”, destinado a juízes e servidores. “Crescemos numa sociedade racista e precisamos ser reeducados para mudarmos nossas atitudes”, diz. “Quando assisti à peça, achei que era uma espécie de resumo do nosso curso de letramento racial, de uma forma lúdica, emocionante e potente, e quis trazê-la para o TST”, diz a juíza e coordenadora do curso, que possui instrutores como as escritoras e ativistas Rosane Borges e Ynaê Lopes dos Santos.

De acordo com Rodrigo França, “é um dos poucos espetáculos no país que colocam a branquitude nua”. “Estamos falando para a branquitude de uma forma muito direta”, afirma. Já Manoel Soares, que passou por essa situação de racismo escolar com um de seus filhos, comoveu-se: “A peça leva o livro que eu escrevi alguns quilômetros à frente. ‘Para Meu Amigo Branco’ no teatro é um cessar-fogo racial. Porque o mundo não se divide entre negros e brancos, mas entre pessoas racistas e não racistas. Essa é a corajosa distinção proposta pelo espetáculo”.

A idealização é do diretor, produtor e jornalista João Bernardo Caldeira: “A penetração do espetáculo em diversos espaços, não apenas teatrais, mostra como as discussões e impasses colocados em cena estão ecoando com os anseios e necessidades da própria sociedade atual, para além dos limites da arte”.

Instagram: @parameuamigobranco

Serviço:
“Para Meu Amigo Branco”
Temporada: 1, 2, 3, 8, 9 e 10 de dezembro de 2023
Local: Teatro Domingos Oliveira (Planetário da Gávea – Endereço: Av. Padre Leonel Franca, 240, Gávea
Dias e horários: sextas, sábados (20h) e domingos (19h)
Lotação: 117 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Ingressos: https://riocultura.eleventickets.com

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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