- Publicidade -

“Gênero: livre” é inspirado na vida da atriz Christiana Guinle

Publicado em:

Você é sempre a mesma pessoa? Você se comporta da mesma maneira em todo lugar? Não estamos sempre nos modificando, mudando de aparência, ideias e pontos de vistas? Por que a sociedade, então, não se cansa de cobrar padrões de comportamento masculinos e femininos? Essas perguntas e reflexões sempre nortearam a vida e a carreira de Christiana Guinle, artista de gênero fluido, que estreia o monólogo “Gênero: livre.

Com texto de Pedro Henrique Lopes e direção de Ernesto Piccolo, a peça parte de episódios da vida da atriz para construir uma narrativa sobre gênero, que vai dos preconceitos arraigados no nosso dia a dia aos debates sobre liberdade em um mundo pós gênero.

Gênero: livre
Foto de Pedro Henrique Lopes

O projeto teve início na pandemia, quando o diretor e a atriz, amigos há mais de quatro décadas, decidiram trabalhar juntos pela primeira vez. Christiana Guinle sugeriu um projeto que resgatasse o processo que a levou ao entendimento de sua própria identidade sexual e de gênero para falar de um mundo que evoluiu nas discussões sobre o tema, mas ainda insiste em nos colocar em rótulos.

“Durante minha juventude, eu não tinha muitas referências de pessoas que se identificassem como fluidas. No máximo, tinham as pessoas andróginas. Eu tentava entender minha própria identidade. A descoberta da não-binaridade e a possibilidade de fluir entre os gêneros foram libertadoramente perturbadoras. Contei toda a minha história para o Pedro, que usou as minhas memórias para escrever um espetáculo sobre o respeito às nossas próprias individualidades. Queremos falar do corpo sem gênero. Das roupas sem gênero. Do sexo sem gênero”, descreve Christiana Guinle. “As pautas identitárias no teatro são um reflexo das discussões frequentes na sociedade hoje. As pessoas estão querendo ver também em cena narrativas que falem da igualdade de gênero, combate ao racismo, sexualidade e preservação ambiental. Mas as discussões sobre gênero fluido ainda não são tão frequentes em cena”, analisa o autor Pedro Henrique Lopes.

A peça passeia não só pela trajetória de Christiana Guinle, mas resgata personagens importantes no debate da fluidez de gênero: Thomas Baty (1869-1954), umas das primeiras pessoas documentadas como “não-binárie”; a atriz Rogéria, com quem Christiana trabalhou e se tornou amiga; Kaká Di Polly, ícone drag dos anos 1980 e 90; a modelo trans Roberta Close; e muitas outras pessoas que contribuíram para a (des)construção social brasileira de gênero. Todos eles estão em cena através das falas e da vivência de Christiana Guinle.

“O teatro que debate assuntos sociais importantes me interessa muito, principalmente quando a gente está falando da liberdade, do livre-arbítrio, de ser quem a gente é de verdade”, observa o diretor Ernesto Piccolo. “Ainda temos muito que evoluir nessa questão, mas já vemos muito mais espaço para o debate de gênero hoje do que décadas atrás”, completa.

Serviço:
Temporada: De 01 a 17 de dezembro / Classificação: 12 anos
Dias e horários: sexta e sábado, às 19h; e domingo, às 18h.
Teatro Glauce Rocha (Espaço cultural da Fundação Nacional de Artes – Funarte Av. Rio Branco, 179, Centro.)
Ingressos na bilheteria ou pela Sympla https://bileto.sympla.com.br/

Rota Cult
Rota Cult
Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -