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O Mundo Depois de Nós traz elenco estelar para filme catastrófico

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Um dos gêneros mais queridos do cinema, e que faturam bastante, são os filmes de apocalipse ou fim do mundo. Desde o clássico Madrugada dos Mortos até os mais megalomaníacos como 2012 e Moonfall – Ameaça Lunar, aliás, estes filmes são divertidos e aterrorizantes ao mesmo tempo por diversos fatores, entre eles a interação que os seres humanos têm uns com os outros após os moldes da sociedade virem abaixo. Em geral, essas obras sempre servem de alerta, um lembrete de como o contrato social e moral é algo frágil. No caso de O Mundo Depois de Nós esse mesmo tema é abordado, porém de maneiras diferentes. Dirigido por Sam Esmail, o longa da Netflix escalou um grande elenco para sustentar esse filme, na frente temos Julia Roberts e Ethan Hawke com Mahershala Ali e, ainda que brevemente, Kevin Bacon. Grandes e premiados atores que acabam juntos no meio do total colapso dos EUA ao que parece ser um ataque cibernético extremamente bem coordenado.

O roteiro de Esmail, baseado na novela de Rumaan Alan, é que os personagens não estão exatamente preocupados com sua sobrevivência, já que acompanhamos o colapso nos passos iniciais. A família de Roberts e Hawke decide tirar uma folga em uma vila, ainda que pequena, não totalmente isolada. Lentamente, a direção nos mostra como a família é hiper conectada, seja por smartphones ou por outros aparelhos digitais. Com calma, Esmail vai mostrando como a família se vê mais isolada sem internet, televisão ou GPS, até que eles percebam que a situação é muito pior. Sem dúvidas aqui está a parte mais interessante do roteiro, a falta de pequenas coisas levam todos ao colapso, como falta de meios de comunicação. A direção nos mostra como a desconexão que a humanidade criou com o mundo material nos torna completamente frágeis e despreparados, caso alguma crise aconteça. Além disso, a direção de fotografia é realizada com uma marca autoral clara, já que o diretor ficou marcado por séries mais alternativas como “Mr. Robot” A câmera faz uso de movimentos livres, gravando do teto ou criando planos sequência de 360°.

Elogios feitos, é necessário dizer que o longa apela bastante para a suspensão de descrença do espectador. Acreditar que todo o sistema dos Estados Unidos venham abaixo, sem absolutamente nenhuma reação de contra-ataque, é exigir demais. Não que a sociedade estadunidense seja mais harmoniosa que outras, mas, sim, porque eles são uns dos países com o maior poderio de defesa militar do mundo. O roteiro ainda fica apelando para estereótipos como norte-coreanos, chineses e iranianos. No momento de estreia do filme no streaming, a situação geopolítica está bastante complicada, tendo em vista que os EUA ligados às guerras entre Rússia e Ucrânia, e Israel contra Hamas. Quando o roteiro usa esses espantalhos causa um verdadeiro arrepio na espinha de uma possível guerra global.

Colocado na balança, O Mundo Depois de Nós fica bem equilibrado entre prós e contras. A escolha por um final aberto foi uma decisão acertada, pois a proposta do longa é mostrar os primeiros passos do fim do mundo, e não o fim em si. O elenco é, sim, o elemento que mais prende o interesse do espectador, contudo ele pode não ser o suficiente para todos.

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