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“Quem nos protege, se não nós?” faz curta temporada no no Mezanino do Sesc Copacabana

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Coreografado e interpretado por Tiago Oliveira e sob a direção de Igor Lopes e Suelen Cristina, o espetáculo solo de dança contemporânea “Quem nos protege, se não nós?” faz curta temporada no no Mezanino do Sesc Copacabana.

Com o discurso organizado em um lugar social, partindo das experiências compartilhadas pelas pessoas que habitam esse mesmo espaço, “Quem nos protege, se não nós?” propõe discussões sobre colonialidade, exploração do trabalho e violência no cotidiano urbano periférico, suas raízes e consequências.

"Quem nos protege, se não nós?"

As obras do artista plástico Jefferson Medeiros, que servem de inspiração para este espetáculo, também compõem a cenografia que utiliza materiais diversos de concreto a cápsulas de munição encontradas no circuito do artista ou de seus amigos e conhecidos que desejam colaborar com suas criações. Jefferson afirma: “Cada obra demanda uma técnica, que por vezes precisa ser desenvolvida, portanto organizo o pensamento a partir do fazer. É a partir desse lugar social onde me encontro que produzo meus trabalhos como um discurso, uma enunciação, uma epistemologia periférica de compreensão da realidade que experimento”. Seguindo essa premissa, o solo foi elaborado na perspectiva de um corpo preto entendendo a arte como uma prática decolonial.

A construção de “Quem nos protege, se não nós?” tem o objetivo de reforçar uma atitude ativa, libertadora, transgressora, estruturada a partir da valorização de aspectos da autorreflexão, da crítica criativa e do ativismo – pontos importantes para o fortalecimento de uma resistência às representações do racismo e do colonialismo nas práticas de criação em dança. Quando se trata de arte preta e marginal em nada se pretende uma expressão neutra, ela possui uma postura contra-hegemônica que desafia e denuncia as mais variadas formas de opressão experimentadas no cotidiano periférico. Por isso, esse processo artístico se dá como um grito e não busca autorização, pois é uma batalha pela existência, pela vida. Logo, é um discurso de urgência.

Aliá, as perspectivas coreográficas elaboradas por Tiago Oliveira têm, certamente, contribuído para problematizar o racismo por meio da dança e têm revelado uma forma de organizar processos de pensamento, criação e ativismo político através do compartilhamento de dores historicamente forjadas que revelam os abusos, as violências, as desterritorializações e as ausências do corpo preto no panorama dos protagonismos da vida social. Em seus 3 últimos trabalhos (Vira-Lata/2017; À margem/2019 e Um estranho em mim/2020) em que esteve como diretor artístico, essas perspectivas se apresentam de maneira mais enfática. E mesmo no trabalho Vidas Secas/2021, em que esteve como coreógrafo, Tiago Oliveira não deixou de refletir sobre sua formação profissional e sobre o fato de ser um corpo preto de procedência periférica, o que tem elaborado sentidos importantes para as reflexões em torno da cena preta carioca.

Serviço:
Data: 07 a 17 de dezembro de 2023, quinta a domingo
Horário: às 20h30
Local: Mezanino – Sesc Copacabana
End.: Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana
Classificação etária indicativa: + 14 anos

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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