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Nando Reis faz show de grandes hits, em comunhão com o público

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Dos Titãs que seguiram carreira solo, Nando Reis é indubitavelmente o que alcançou o maior sucesso comercial. E para desfiar seu novelo de hits ele criou o show “Nando Hits”, que, aliás, lotou Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. O local já teve o músico como atração e também recebeu a apresentação comemorativa dos 30 anos dos Titãs em 2012. Naquela espécie de gênese do Encontro, a formação vigente na época (Sérgio Britto, Tony Belloto, Paulo Miklos e Branco Mello) recebia Arnaldo Antunes e Charles Gavin, que assumia a bateria já pertencente a Mario Fabre. Porém, nessa ocasião, Nando não pôde estar presente com os ex-companheiros de banda por motivos de agenda de shows solo, já que se tratava de uma participação especial e não uma reunião. Mas os fãs dos Titãs não ficaram a ver navios, já que o repertório da noite contou com músicas da banda clássica, além de sucessos radiofônicos, entre os quais hits eternizados nas vozes de parceiros como Samuel Rosa à frente do Skank e intérpretes como Cássia Eller.

A apresentação se iniciou com ‘Pré Sal’, faixa do álbum “Sei”, de 2012, não muito conhecida do público mais casual. Logo na sequência, veio a primeira dos Titãs na noite, ‘Marvin’, que, obviamente, empolgou a plateia, sobretudo os mais velhos. No entanto, a primeira reação realmente efusiva do público se deu em ‘Segundo Sol’. O clássico composto por Nando para a amiga Cássia Eller, que entrou para o hall das pedras fundamentais da MPB, foi cantado do início ao fim por praticamente todos os presentes. Após a música, Nando lembrou que fazia bastante tempo que não tocava na Fundição.

‘Entre as Coisas Mais Lindas’ foi acompanhada com entusiasmo pelo barulhento gargarejo. Já a seguinte, parceria matadora de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando, ‘Dois Rios’, um dos maiores sucessos do Skank, contou com o já previsto coro da plateia. Daí, o repertório apresentou uma dose dupla de músicas que Nando compôs para Cássia: ‘Relicário’ e ‘No Recreio’.

Após executar a faixa ‘Sei’, Nando lembrou de quando, já em carreira solo, parou de tocar contrabaixo. Ele explicou que apenas consegue tocar o instrumento tendo Charles Gavin na bateria, completando a cozinha, algo que ele recuperou com a reunião dos Titãs em 2023, revelando também que o ex-colega de banda estava na plateia. Foi a deixa para ‘Não Vou Me Adaptar’, do seu antigo conjunto, que foi executada ao vivo recentemente com Arnaldo Antunes. Aliás, ‘Onde Você Mora’, composta com Marisa Monte e sucesso com Cidade Negra foi outra parceria, que não podia faltar no repertório.

O show teve abertura da banda Colomy, liderada por Sebastião Reis, filho de Nando. Ele se juntou ao pai no palco tocando, um segundo violão, na faixa ‘ECT’, mais um grande sucesso na voz de Cássia Eller, seguido das onipresentes em light FMs ‘N’ e ‘Resposta’ (outro sucesso com Skank, que Nando compôs após o fim do relacionamento com Marisa Monte). Menos conhecidas, ‘A Letra A’ e ‘Sim’ também tiveram boa recepção do público.

‘Sutilmente’ puxou o bloco final da noite. Nando contou, divertindo-se, que normalmente suas parcerias com Samuel Rosa se dão da seguinte forma: o mineiro, hoje ex-Skank, compõe a melodia e Nando imprime a letra. Mas no caso da música, hit do álbum “Estandarte”, o ex-Titã escreveu os versos e enviou a Samuel dizendo que era algo “bem Nando Reis”.

Esse segmento contou também com ‘Sou Dela’, ‘Pra Você Guardei o Amor’, ‘Luz dos Olhos’ (essa finalizada com uma jam energética com os músicos na beira do palco, incluindo o tecladista, com o instrumento empunhado como uma guitarra) e ‘All Star’. A última faixa feita para Cássia Eller a constar no setlist é lembrada por Nando como sendo de difícil execução ao vivo no período imediatamente posterior à morte da cantora. A letra traz elementos da amizade dos dois, como o tênis do título e as muitas lembranças do endereço de Laranjeiras (bairro da zona sul carioca) que na verdade é Cosme Velho, uma confusão que o próprio explica pelo fato de morar em São Paulo.

‘Os Cegos do Castelo’, grande êxito do Titãs Acústico MTV, de 1997 não poderia faltar, assim como ‘Por Onde Andei’, que teve a primeira estrofe inteira cantada apenas pelo público. ‘O Mundo é Bão Sebastião’ abriu o bis. A faixa do álbum “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana”, o derradeiro com Nando integrando o grupo, foi composta para Sebastião Reis que na época era criança. ‘Do Seu Lado’, escrita para o Jota Quest, que se tornou um grande sucesso, encerrou a animada noite.

Nando Reis no palco se sente em casa apoiado em seus grandes hits, em comunhão com o público. É visível a realização do artista, ao constatar que foi recompensado pela coragem de seguir a intuição, enfrentando a incerteza de iniciar do zero uma carreira, tendo o sucesso garantido com uma das maiores bandas do país. No fundo, Nando sempre soube que as canções, que eram rejeitadas nas votações dos Titãs, tinham, de fato, potencial. Ao lado de Felipe Cambraia (baixo), Alex Veley (teclado) Walter Villaça (guitarra) – além do filho e do baterista Eduardo Schuler, também da Colomy -, ele encontra a mesma alegria de tocar ao vivo que sentia no auge dos Titãs. E ainda protagonizou com os antigos companheiros, em 2023, a turnê de banda nacional mais bem-sucedida do ano (inclusive o amigo Charles Gavin a partir de determinado momento ficou no canto do palco registrando tudo com a câmera do celular). O momento atual é inegavelmente favorável a Nando.

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