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Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo entrega boas referências, mas falha ao fazer um filme

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Após dois filmes e uma série da Turma da Mônica, era de se esperar que o mais novo longa Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo. Baseado na obra de Mauricio de Sousa, Turma da Mônica Jovem traz os personagens em sua adolescência, focando em questões mais ligadas ao público juvenil, com tramas mais maduras que os quadrinhos que todos já conhecem.

Turma da Mônica Jovem

O anúncio de um filme da Turma da Mônica Jovem foi recebido com bastante entusiasmo, contudo nem de longe chegou perto ao nível de divulgação que os outros dois longas da turminha. O roteiro, escrito por Regina Negrini, Sabrina Garcia e Rodrigo Goulart, apresenta uma trama onde a turma tem que enfrentar uma entidade sobrenatural, o já conhecido vilão Cabeça de Balde.

Um dos pontos mais discrepantes dessa produção comparadas a outros live-actions da Mauricio de Sousa Produções é a falta de visibilidade que ela ganhou. Tanto Turma da Mônica: Laços quanto Lições criaram não só uma grande comoção do público e da mídia, mas também conexão com o espectador. O anúncio das crianças que iriam atuar no quarteto foi um grande evento da internet, e o mesmo não se viu com em Reflexos do Medo, por conta d falta de conexão com os fãs do quadrinho original. Reflexos do Medo é uma amálgama de clichês hollywoodianos, mal escrita e mal dirigida, mesmo trazendo boas referências aos arcos dos quadrinho da Turma Jovem.

Por exemplo, no Museu do Limoeiro estão em exposição imagens dos monstros da saga “Monstros do ID”, além disso, há também várias referências a outros títulos de Maurício, como Piteco e Horácio. Esse é o único elogio possível, porque infelizmente nem a caracterização dos atores está bem executada. Em Laços na mesma hora que você punha os olhos nas crianças se identificava quem era quem, não apenas pelo figurino, mas pelo conjunto total da concepção artística ao redor. Em Reflexos do Medo, são apenas adolescentes aleatórios, que são identificados apenas pelas cores das roupas, não pela personalidade ou por elementos únicos que o quarteto tem.

Os quadrinhos da Turma Jovem usam um traço realista inspirado no estilo japonês, fazendo os personagens serem esteticamente mais críveis, mas nada disso é usado na produção do longa. Xande Valois, que interpreta Cebolinha, ou Cebola, não possui caracterização nenhuma. Não houve o mínimo esforço da produção em tentar arriscar um penteado diferente, e isso seria o mínimo. A direção de Maurício Eça é fraca e ausente, chegando ao ponto do corte final ter cenas onde não havia focalização da câmera. Os atores por vários momentos parecem não saber o que estão fazendo, e pior, não acreditarem no que estão fazendo. Se o ator não acredita no próprio personagem, certamente, não há grandes chances dele entregar um bom resultado.

O filme encerra em aberto para um continuação, todavia encerra de forma totalmente atropelada. Parece que o rolo do filme já estava no final e não havia mais tempo para continuar filmando. Turma da Mônica: Laços é um lembrete que o cinema brasileiro tem capacidade de fazer obras incríveis baseadas em figuras da nossa cultura popular, porém se elas forem tratadas como Turma da Mônica Jovem foi tratada nesse filme, é melhor nem fazer.

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