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Anora, de Sean Baker, leva a Palma de Ouro

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Contrariando os bolsões de aposta da Croisette, antes voltados para o Irã ou para a NY de “Megalópolis”, a Palma de Ouro de 2024 ficou com os Estados Unidos, mas em sua seara indie, celebrando a energia e o balanço de “Anora”, de Sean Baker. É um conto de fadas às avessas, um “Cinderella” agridoce, no qual uma operária do sexo é dragada para um universo de loucuras ao se casar com um jovem russa e ser obrigada a desfazer a união por seus pais e uns capangas muito abilolados. Lembra “Depois de Horas” (1985), de Martin Scorsese.

A decisão foi tomada por um júri presidido pela atriz e cineasta Greta Gerwig (de “Barbie”) e formado pela roteirista e fotógrafa turca Ebru Ceylan; as também atrizes Lily Gladstone (EUA) e Eva Green (França); a diretora libanesa Nadine Labaki; o realizador espanhol Juan Antonio Bayona; o ator italiano Pierfrancisco Favino; o cineasta japonês Hirokazu Kore-eda; e o astro francês Omar Sy. Eles confiaram o Grande Prêmio do Júri à Índia laureando “All We Imagine As Light”, de Payal Kapadia. É um ensaio sobre sororidade em Mumbai. Já o Prêmio Especial do Júri ficou com “The Seed of The Sacred Fig”, de Mohammad Rasoulof, que narra o processo de paranoia de um juiz.

Na escolha de quem ganharia a palma de Melhor Direção, o júri de Greta Gerwig optou pelo português Miguel Gomes, que arrebatou olhares com “Grand Tour”. É um estudo sobre as sequelas do colonialismo europeu. Na pandemia, Miguel chamou o diretor de arte Thales Junqueira (“Bacurau”, “Aquarius”) para fazer o “Grand Tour” e Thales convidou o Marcos Pedroso porque o filme seria feito em estúdio em duas cidades e eles precisaram se dividir entre as frentes de trabalho. Este é o terceiro trabalho de Thales e Pedroso juntos.

A láurea de melhor interpretação feminina foi no plural: coube ao coletivo de atrizes do musical “Emilia Pérez”, que levou ainda o Prêmio do Júri. No filme, um chefão de um cartel do tráfico passa por uma transição de gênero. Já a láurea de melhor atuação masculina coroou Jesse Plemons em “Tipos de Gentileza”, no qual vive três papéis. Houve ainda um prêmio de melhor roteiro para “The Substance”, de Coralie Fargeat, um body horror com Demi Moore. Coube ao cineasta francês Nicolas Philibert presidir o júri do prêmio L’Oeil d’Or, a Palma dos .docs de Cannes. Ganharam, em empate, “Les Filles du Nil”, de Nada Riyadh e Ayman El Amir, e “Ernest Cole, Lost And Found”, de Raoul Peck. O primeiro, vindo do Egito, fala da formação de uma trupe teatral só de mulheres. O segundo é uma aula de decolonização que resgata imagens feitas por um fotógrafo sul-africano que registrou o Apartheid.

Premiação de Cannes em 2024
PALMA DE OURO: “Anora”, de Sean Baker
GRANDE PRÊMIO DO JÚRI: “All We Imagine As Light”, de Payal Kapadia
PRÊMIO DO JÚRI: “Emilia Perez”, de Jacques Audiard
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: “The Seed of the Sacred Fig”, de Mohammad Rasoulof
DIREÇÃO: Miguel Gomes, por “Grand Tour”
ROTEIRO: Coralie Fargeat, por “The Substance”
ATRIZ: Elenco feminino de “Emilia Perez”
ATOR: Jesse Plemons, por “Tipos de Gentileza”
CAMÉRA D’OR (melhor filme de estreante): “Armand”, de Halfdan Ullmann Tondel, com menção especial a “Mongrel”
PALMA DE CURTA-METRAGEM: “The Man Who Could Not Remain Silent”, de Nebojsa Slijepcevic (Croácia), com menção especial para “Bad For a Moment”
DOCUMENTÁRIO: “Les Filles du Nil”, de Nada Riyadh e Ayman El Amir, e “Ernest Cole, Lost And Found”, de Raoul Peck
QUEER PALM (Láurea queer): “Three Kilometers To The End Of The World”, de Emanuel Parvu
PRÊMIO DO JÚRI ECUMÊNICO: “The Seed Of The Sacred Fig”
PRÊMIO DA CRÍTICA (FIPRESCI): “The Seed Of The Sacred Fig”

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