- Publicidade -

Tribunal de Contas do Estado recebe exposição “ENTRE_LAÇOS: Memórias e Cotidiano”

Publicado em:

Com o objetivo de entregar conhecimento, arte e cultura à sociedade e aos seus servidores, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), através do Núcleo de Projetos Culturais, inaugura sua próxima exposição no dia 8 de maio, no Espaço Cultural Humberto Braga. A exposição “ENTRE_LAÇOS: Memórias e Cotidiano”, com curadoria de Elisangela Valadares, conta com a participação dos artistas Adrianna EU, Carolina Kasting, Mary Dutra, Monique Ribeiro, Rafael Prado, Rodrigo Westin e Thiago Modesto, com obras que refletem memórias afetivas, de ancestralidade ou do cotidiano.

Por meio de pinturas, esculturas, fotografias, vídeos e instalações, esses sete artistas contemporâneos conduzem o espectador a explorar os fios invisíveis que conectam suas experiências individuais em um tecido comum de humanidade, revelando laços que se escondem por trás de cada obra.

Uma das obras em destaque é ‘A Costura do Erro’, da artista plástica Adrianna EU, que faz uma homenagem a sua avó, que costurava em uma máquina semelhante à usada na instalação. A artista colecionava pequenos embolados de linha descartados pela avó como uma “coleção de erros”. “Essa máquina, cercada de milhares de metros de linha embolados, fala do que talvez seja mais que uma memória, que é aquele lugar onde pode ter surgido um acordar para a arte. Se eu posso pensar onde comecei, eu acho que foi ali”, afirmou a artista, em reminiscências sobre a avó. Adrianna EU destacou também a importância de participar de uma exposição no TCE-RJ: “O Rio de Janeiro é berço da nossa cultura, é importante que espaços culturais sejam reabertos, abertos, movimentados. Eu só tenho a parabenizar uma iniciativa dessas”.

Com esse mesmo simbolismo de memórias afetivas, as pinturas de Monique Ribeiro são inspiradas pelas referências de sua infância, que foi fortemente influenciada pela sua mãe, costureira e artesã. “No primeiro ano de pandemia, quando comecei a entrar, de fato, na pintura, encontrei refúgio nos retalhos de tecidos que tinha em casa. Para mim, foi uma forma de dar voz a essas memórias, que estavam totalmente adormecidas”, contou Monique. Para ela, participar do Espaço Cultural do TCE-RJ representa algo muito além de expor a sua arte. “A minha pele e o ambiente em que eu cresci sempre foram repletos de limitações. Então é a chance de estar reivindicando o meu espaço e a minha voz em um cenário que sempre pareceu inacessível a minha vida inteira”.

A instalação ‘Passou o Tempo’, de Mary Dutra, aborda os espaços do tempo que não volta e deixa marcas por onde passa, seguindo a linha de pesquisa da artista que explora o universo da memória, tempo e histórias. “A instalação traz painéis suspensos que foram criados durante a pandemia e retratam diversos pensamentos embaralhados, que era também uma das maneiras como nossas mentes estavam operando nesse período: um caos interno”, ressaltou Mary, sobre suas obras. “Então, além de retratarem a passagem do tempo, trazem essa pessoa que está perdida dentro dessa passagem”, complementou.

A artista Carolina Kasting apresenta a série ‘Árvores, Heroínas Brasileiras’, que surgem do ato performático de tirar xerox do próprio corpo, resultando em fotocópias que posteriormente são bordadas com lã vermelha, representando uma relação de árvores nativas do Brasil com as mulheres que lutam por direitos apagadas pela História. Quando questionada sobre seu momento artístico, Carolina afirmou que seu trabalho está mergulhado na própria vida. “Minha experiência como artista é a forma que tenho de me comunicar com as pessoas e de estar no mundo. Se, com isso, conseguir modificá-lo, pouco que seja, terei alcançado o sentido de estar aqui”.

Já Rafael Prado, que resgata as raízes culturais amazônicas, destaca a fronteira tênue entre o real e o fantástico, entre a figura e a paisagem, na criação de novas lendas. Suas obras revelam que o espírito da natureza reside em antropomorfos, onde pessoas, animais, árvores e rios são todos parentes. “Cresci na região amazônica e, vindo de lá, tenho uma relação de dentro, das memórias reais e inventadas, dos afetos”, destacou Rafael. Para o artista, isso é importante pois, geralmente, a Amazônia é vista com um olhar de quem não conhece, de fato, o local, e isso acaba gerando estereótipos. “Dou forma para esses elementos amazônicos por meio das histórias, das lendas e dos mitos”, explicou.

Para celebrar sua busca do sentido da experiência da vida através da arte, alinhada com o sentido de sociedade intrínseco ao conceito de ancestralidade, Thiago Modesto apresenta sua visão de mundo influenciada por cosmovisões de encruzilhadas e reverência aos saberes ancestrais. “Busco no meu trabalho o sentido de ancestralidade referente a território e construção familiar”, explicou o artista, que acredita que esse é o ponto que conecta suas obras com o público. “Acredito muito em aprender com o passado para entender o que somos hoje e aonde queremos chegar”, reiterou Thiago.

Por fim, Rodrigo Westin traz uma abordagem poética da vida urbana. Em seus trabalhos, procura atravessar a fragilidade social e ambiental e a necessária percepção de coletividade atenta às atitudes cotidianas. “Acredito que os meios urbano e ambiental, na minha obra, se relacionam quando entendemos que o planeta é um só e que somos todos feitos das mesmas moléculas. A tentativa das pinturas é reconhecer que temos somente um meio e ele está evaporando”, destacou o pintor sobre seu trabalho.

A exposição ficará em cartaz até o dia 30 de setembro, de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 11h às 17h, com entrada gratuita e aberta ao público.

Rota Cult
Rota Cult
Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
3.870 Seguidores
Seguir
- Publicidade -