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“As aventuras de Pé de Vento no Dia de Cosme e Damião” no Teatro Miguel Falabella

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Com um resgate de uma das mais emblemáticas tradições do subúrbio carioca, o espetáculo infantil “As aventuras de Pé de Vento no Dia de Cosme e Damião” chega ao palco do Teatro Miguel Falabella, nos lembrando as alegrias de ganhar e distribuir saquinhos de doces no dia dos santos gêmeos.

Com texto de Fátima Colin, inspirado em crônica de Rubem Braga (“São Cosme e São Damião”, de 1957), a peça, que promete agitar o mês de férias da garotada, retoma a parceria entre a atriz Clara Santhana (idealizadora do projeto), o diretor Isaac Bernat e o produtor Sandro Rabello, iniciada no sucesso musical “Deixa Clarear”, homenagem a Clara Nunes, há onze anos em cartaz.

Depois de muita pesquisa na literatura, entrevistas a pessoas ligadas a esta tradição e resgate de momentos da própria vida, a autora Fátima Colin criou a história fantástica de Pé de vento, um menino nascido no sertão da Paraíba que, até então, desconhece os festejos do Dia de Cosme e Damião, e pega carona num redemoinho viajando até o Rio de Janeiro no dia 27 de setembro. Descobre a tradição da distribuição de doces e vive uma aventura repleta de novidades, quando se depara com as belezas e os perigos que envolvem a cidade maravilhosa. Entre os entrevistados para a construção da dramaturgia, estão o historiador Luiz Antonio Simas, a escritora Conceição Campos e os professores Luiz Rufino e Ana Rita Ferraz.

Com direção de Isaac Bernat, Clara Santhana e Leandro Castilho, acompanhados do músico percussionista Igor Lemos, atuam, cantam e tocam canções da música popular brasileira ao vivo. A direção musical é de Leandro Castilho, com um repertório que passeia por compositores importantes como Gilberto Gil, Lamartine Babo, Jorge Ben, Toquinho, Vinícius de Moraes, Rita Lee e Paulo César Pinheiro, Arlindo Cruz, compositores da cena contemporânea carioca como Thiago da Serrinha de Alan Rocha e pontos da cultura popular. Samba, xote, galope, sambalanço, pontos de terreiro e rock ‘n’ roll embalam não só a criançada como os adultos. E falando de Cosme e Damião não poderia faltar uma citação a Zeca Pagodinho, devoto dos santos, um ícone desta tradição.

“O Dia de Cosme e Damião é uma festa coletiva, um momento de muita alegria, de muita doçura mesmo. Qual a criança não gosta de doce, de brincadeira, de estar com outras crianças? Quisemos trazer esse clima festivo para o espetáculo, junto com histórias do nosso folclore e músicas divertidas e de grande qualidade da nossa MPB, tanto antigas quanto novas”, descreve a atriz Clara Santhana.

O diretor Isaac Bernat lembra que uma das missões do teatro é cuidar da memória e as atrizes e atores são os menestréis deste resgate. “Encenar esta peça é trazer para o palco, para praça, para escola e para rua, uma das festas tradicionais mais populares do Rio de Janeiro. Esta festa tem tudo a ver com as crianças, pois elas são as principais acolhidas por esta celebração. Paralelamente a uma dramaturgia musical criteriosamente escolhida para encantar o público, a história do migrante Pé de Vento, como tantos outros nordestinos, se unirá a esta festa tão linda, que anda um pouco esquecida das famílias e das ruas da cidade maravilhosa”, celebra Isaac. “Vamos buscar na lembrança dos adultos e na curiosidade das crianças a razão do sentido desta festa, que preconiza a alegria, a brincadeira e o afeto como veículos de visita ao sagrado e ao cuidado. Afinal, Cosme e Damião eram médicos idealistas que queriam cuidar das pessoas. O Teatro, por ser presencial e sem intermediação do mundo virtual, aproxima verdadeiramente quem quer celebrar a vida e o divino”, completa.

O espetáculo se inspira numa tradição antiga e híbrida, uma vez que reúne símbolos de diferentes culturas e épocas na cidade do Rio de Janeiro. “É muito importante olharmos para o passado com o intuito de elaborarmos o presente e elucidarmos algo do futuro para nossas crianças. Através da figura simbólica dos gêmeos Cosme e Damião, falamos também sobre os Ibejis, Orixás gêmeos da cultura Iorubá, tratando das dualidades humanas e das dualidades que se tornam unas na cidade do Rio de Janeiro, o que a faz tão complexa e única”, explica Clara. Ela cita Nei Lopes: “no Rio de Janeiro, o culto de Cosme e Damião se singulariza pelo protagonismo que a distribuição dos saquinhos de doces assume, realizando-se fundamentalmente enquanto uma grande brincadeira pelas ruas – embora perpassando casas, mercados e templos – tomadas por grupos de crianças em busca das prendas”.

Serviço:
Temporada: 6 a 28 de julho de 2024
Dias e horários: sábados e domingos, às 15h
Teatro Miguel Falabella (Norte Shopping Av. Dom Hélder Câmara, 5.474)
Classificação etária: livre
Ingressos pelo Sympla e na bilheteria do teatro.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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