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“LUZ ÆTERNA – Ensaio Sobre o Sol” une arte e tecnologia no CCBB Rio de Janeiro 

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De entidade divina nos primórdios, ao papel crucial na criação da eletricidade, a jornada da principal estrela do universo é o fio condutor da exposição “LUZ ÆTERNA – Ensaio Sobre o Sol”, que estreia no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. Sete obras imersivas evocam a poética do Sol por meio de projeções digitais e instalações interativas, convidando os participantes a vivenciarem a evolução e o poder deste corpo celeste, essencial à vida na terra. A mostra já esteve em cartaz no CCBB Brasília, com grande sucesso, e seguirá para o CCBB São Paulo após temporada no Rio.

LUZ ÆTERNA

Usando tecnologia digital e a luz como elementos primordiais, sete artistas brasileiro foram convidados a criar as obras concebidas exclusivamente para as galerias (site specific) do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. “Elas são diferentes, mas se complementam ao fazerem uma ode à principal estrela do sistema solar”, destaca Antonio Curti, curador e fundador da AYA, estúdio paulistano de new media art que coordena a mostra. “As obras dessa exposição ilustram o que acontece quando o Sol, transformado em luz artificial e eletricidade, é incorporado pela mente de um artista”, completa.

A participação exclusiva de brasileiros na exposição, como assinala o curador, é, também, uma forma de mostrar a potência da arte digital criada no país. “Eles fazem parte de um novo movimento artístico, de extrema importância. Ao usarem recursos digitais e a luz como suporte para ativar poéticas, dialogam com aspectos contemporâneos da sociedade, e com vários públicos.”

Uma das características mais importantes de LUZ ÆTERNA – Ensaio Sobre o Sol é a sua linguagem acessível e democrática. “Não é preciso ter conhecimento prévio sobre arte contemporânea para compreender as obras. Elas captam a atenção, mesmo em tempos de tantos estímulos. Qualquer pessoa, de qualquer idade, poderá vivenciá-las. Isso porque o visitante sai da contemplação e passa para a imersão, se torna parte da experiência.”

Em Gênesis, obra imersiva assinada pelo estúdio AYA, fundado por Felipe Sztutman e Antonio Curti, a história e influência do Sol, desde a sua origem até o seu papel fundamental na geração de eletricidade, é repassada ao público de uma forma lúdica, imersiva e sensorial. Em uma sala de projeção, os visitantes podem vivenciar a evolução e o poder do Sol. Ela ilustra como essa estrela central não apenas deu forma ao universo, mas também continua impactando a vida diária, a tecnologia e a sustentabilidade.

Já Fluido Solar, da artista ERO, é uma obra participativa que representa a busca pela iluminação, destacando o contraste entre o desconhecido e a luz interior de cada ser humano. A peça artística desafia a bidimensionalidade ao flutuar no espaço central da sala, oferecendo raízes como conexão com a Terra e a natureza. Transformando-se em um espelho interativo, ela reflete a jornada de cada visitante, convidando-o à contemplação da própria essência e da luz interior.

Essa experiência pessoal ressalta a autodescoberta como um processo íntimo e incentiva a partilha dessa luz para guiar outros em suas jornadas.

Além de celebrar a principal estrela do sistema solar, a exposição provoca reflexões sobre o impacto do Sol na natureza, na sociedade e na sustentabilidade. Embora traga uma mensagem reflexiva, relacionada ao meio ambiente, o tema é abordado de uma forma lúdica e poética. “Somos bombardeados o tempo todo por notícias negativas. A exposição não tem esse intuito. É um lembrete sobre a importância essencial do Sol para a vida na Terra e como as pessoas podem ver sua beleza em pequenos momentos”, ressalta Antonio Curti.

A obra Continuum, por exemplo, usa dados em tempo real de fenômenos solares e meteorológicos captados via satélite. Criado pelos artistas Junior Costa Carvalho e Rodrigo Machado, do estúdio Sala 28, o trabalho é composto de barras de LED endereçáveis pixel a pixel, no qual a luz transcende seu papel tradicional e assume a narrativa de histórias cósmicas.

Em Perihelion, o céu é captado, reprocessado e projetado, em tempo real, como uma câmera obscura. Relógios concêntricos são postos em ação e o primeiro, uma elipse, tem o ciclo de um minuto, da escuridão à luz intensa, com um som que, sinestesicamente, funciona como um sino de anunciação. O segundo dura uma hora e marca a rotação em volta de um espelho convexo circular (representa a Lua, que reflete e difunde a luz do céu no ambiente). O terceiro circuito vai do solstício de verão ao equinócio.

Já a obra Aquarela de Íons, dos artistas Arthur Boeira e Gustavo Milward, propõe uma reflexão sobre a magnitude solar e seu poder de influenciar corpos distantes em forma de data art. O trabalho compreende um sistema que captura os íons solares e os apresenta de uma maneira imersiva e sensorial, com a aproximação do espaço e território humano por meio de som, luz e imagem. A peça utiliza dados retroativos de fenômenos solares que são narrados a partir de recursos visuais.

Integrando elementos astrofísicos e biológicos em uma experiência audiovisual sensorial, Photosphere, assinada por Leandro Mendes, mostra a dinâmica da fotosfera solar, com elementos e dados coletados do universo para elaborar padrões vibrantes e cores efêmeras, em uma tela circular. Com uma trilha sonora original, baseada nos sons do sistema solar, a instalação promove a conexão entre luz e som, e transmite intensa variação de energia solar.

A ideia é proporcionar aos visitantes uma jornada sensorial que contempla a riqueza de significados oferecidos pelo Sol, da essência física ao impacto na vida terrestre.

Céu Zero, obra criada por Leston, usa a linha do horizonte – para questionar: O que aconteceria se, de alguma maneira, nós conseguíssemos capturá-la? O que aconteceria se, finalmente, ela estivesse ao nosso lado e na altura dos nossos olhos?

Segundo o artista, “talvez assim fosse possível entender que o céu não é plano, como nos parece quando olhamos para cima. Talvez assim fosse possível entender que as coisas que vemos não acontecem apenas uma ao lado da outra, mas também uma atrás da outra. Talvez assim fosse possível ver a luz se espalhando e dominando o espaço.”

Serviço:
Luz Aeterna – Ensaio Sobre o Sol
05 de junho a 12 de agosto / De quarta a segunda, das 9h às 20h (fecha às terças)
Ingressos disponibilizados na bilheteria do CCBB RJ ou em www.bb.com.br/cultura
Local: Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro)

E No dia 12 de junho, O CCBB Educativo – Lugares de Culturas inicia as Visitas Mediadas à exposição “Luz Æterna – Ensaio sobre o Sol”. Nelas, o educador acompanha o público, agendado ou não, pela galeria, e, por meio de conversas, propõe reflexões que promovem novas percepções sobre o acervo exposto. As visitas ocorrerão às segundas e quintas às 11h, 16h e 18h; às quartas e sextas, às 16h; sábados, às 10h e domingos, às 18h.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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