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Zakk Wylde e Kiko Loureiro encerram festival de blues e rock com metal e virtuose

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O segundo dia do Best of Blues and Rock foi dedicado ao rock. Dois célebres guitarristas, o americano Zakk Wylde e o brasileiro Kiko Loureiro fizeram a alegria dos cariocas fãs de rock clássico no Vivo Rio. Não que as guitarras não tenham dado o tom no dia anterior com os shows de Eric Gales e Joe Bonamassa, que trouxeram blues, rock e outros temperos, mas o segundo dia do evento (ontem, 21) teve o domínio do rock pesado e muita virtuose.

Zakk Wylde e Kiko Loureiro
Foto: Dantas Jr

A plateia era em sua maioria formada por fãs do guitarrista de Ozzy Osbourne, no entanto um bom número procurou chegar um pouco mais cedo para prestigiar o retorno do ex-Angra ao Brasil.

Reencontro com o público brasileiro

Foram alguns anos sem tocar no Brasil. Kiko Loureiro não escondeu a felicidade de se apresentar na terra natal, depois de um bom período no Megadeth, que rendeu um show no próprio Vivo Rio em 2017, de que o próprio se lembrou em determinado momento. Empunhando a guitarra, entrou no palco (pontualmente às 21h, horário marcado) esbanjando virtuosismo. Melhor guitarrista brasileiro, um dos melhores do mundo, melhor guitarrista que o Megadeth já teve, segundo o próprio Dave Mustaine, essas são as alcunhas que Kiko recebeu ao longo da carreira por conta do pleno domínio do instrumento.

O show contou com material solo como “Overflow”, “Vital Signs”, e do Megadeth (Conquer or Die). Mas, é claro que os fãs queriam mesmo era ouvir Angra. “Carry On”, apenas em instrumental, fez a alegria dos presentes, convidados por Kiko a “voltar um pouquinho no tempo”. “Essa aqui foi difícil”, brincou ele após executar a faixa do álbum clássico de 1993, da fase áurea da banda, ainda com o vocalista André Mattos. Para mais um retrocesso no tempo, dessa vez para 1995, o guitarrista chamou o primeiro convidado especial de seu show, Bruno Sutter, mais conhecido como o vocalista Detonator, do Massacration. À paisana, sem encarnar a sua persona que satiriza as bandas de metal melódico (Angra entre elas), assumiu os vocais em “Nothing to Say”, outra dos bons tempos.

Depois de No Gravity, do disco homônimo de 2019, veio o segundo e mais esperado convidado do show: o ex-colega de Angra, Rafael Bittencourt. “Uma emoção subir no palco com ele depois de tanto tempo, e com uma música que representa tanto para nós e para os fãs”, disse Rafael, sobre a música que ambos compuseram no violão, em uma salinha, segundo os próprios. E executaram “Rebirth”, clássico do Angra já da fase com Edu Falaschi nos vocais. Com três guitarras, o show terminou deixando um gostinho de quero mais nos presentes, mas o cronograma não permitia um bis.

Tributo a Black Sabbath com que entende (muito) do assunto

Zakk Wylde trouxe seu Zakk Sabbath, no qual executa faixas da lendária banda liderada por seu chefe Ozzy Osbourne, focada nas não tão conhecidas e que ficaram de fora dos recentes shows de reunião. Até hoje há a discussão entre os fãs sobre quem é o melhor guitarrista do Madman: Wylde ou Randy Rhoads (falecido em 1982, que tocou originariamente em clássicos como “Crazy Train”). Mas não resta dúvidas que ninguém tem mais autoridade para reproduzir as músicas do Sabbath do que ele. Além de explorar à enésima potência as guitarras originalmente de Tony Iommi, Wylde consegue emular os vocais de Ozzy com fidelidade assombrosa

O projeto formado em 2014 conta com o baixista John “JD” DeServio (Black Label Society) e o baterista Joey Castillo (Danzig, Queens of the Stone Age). Com um colete de sua outra banda, o Black Label Society, e um kilt escocês, Wylde entrou no palco empunhando sua guitarra Bullseye (na verdade modelos idênticos que iam sendo trocados ao longo do show), executando “Supernaut”, do álbum “Vol. 4”, de 1972, seguida da clássica “Snowblind” e de “Sympton of the Universe”.

Under the Sun, Tomorrow’s Dream e Wicked World, tocadas em sequência fizeram a alegria dos fãs, ainda mais com as versões anabolizadas por solos desconcertantes, característica do ZS, e para os que estavam ali pelos greatest hits vieram “Fairies Wear Boots” e “Into the Void”.

“Children of the Grave” teve bolas arremessadas para a plateia e compôs uma bela dobradinha com “Lord of This World”. “War Pigs” foi o momento catártico, com direito a coro e o tradicional acompanhamento de palmas ritmadas da plateia. Foi o gran finale da noite, e da etapa carioca do festival.

Alguns clássicos de fato fizeram falta. Por mais que a proposta seja executar faixas muito boas que não ficaram tão famosas, clássicos como a faixa homônima do primeiro álbum, que leva o nome da lendária banda, “Iron Man” cairiam muito bem, assim como “Sabbath Bloody Sabbath”, que seria um pouco complicada para os vocais de Ozzy na turnê de despedida do BS, mas não traria problemas para Wylde.

O guitarrista é uma presença relativamente frequente por aqui com seus projetos e sempre arrasta um público fiel. Encarna o arquétipo do guitarrista cheio de pose e maneirismos sem o menor constrangimento. Com um show impecável, no qual demonstra pleno domínio do repertório da banda clássica, fica bem claro que Zakk Wylde foi a escolha mais adequada de Ozzy Osbourne para integrar sua banda.

Confira o Setlist:
1- Supernaut
2- Snowblind
3- Symptom of the Universe
4- Under the Sun/Every Day Comes and Goes
5- Tomorrow’s Dream
6- Wicked World
7- Fairies Wear Boots
8- Into the Void
9- Children of the Grave
10- Lord of This World
11- Hand of Doom + Behind the Wall of Sleep
12- N.I.B.
13- War Pigs

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