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“Terra Vermelha”, de Raul Leal, no Paço Imperial

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 A destruição ambiental no Norte e Noroeste Fluminense, visível a olho nu e acelerada ao longo dos últimos anos, foi o ponto de partida para a individual “Terra Vermelha”, que o artista Raul Leal apresenta no Paço Imperial.

A mostra exibe os trabalhos documentados ao longo dos últimos anos por Raul, que atuou na região propondo uma prática artística que une sustentabilidade e artes visuais. Por meio de suas obras, aborda questões ecológicas do interior fluminense e utiliza a arte para provocar reflexões sobre as agressões ao ecossistema como um todo.

A vista natural e o bioma regional, que ao longo dos séculos inspiraram inúmeros artistas viajantes, agora sofre a ação extrativista humana. A erosão acelerada, as secas prolongadas, a má qualidade do solo e as mudanças no bioma regional são evidências de um problema ecológico que altera a paisagem. Buscando trazer esse cenário à tona, Raul Leal, natural da região noroeste fluminense, reflete sobre a ameaça ao bioma da mata atlântica evidenciando a alteração no território.

“Há um histórico de ocupação onde podemos observar processos de degradação do meio ambiente que hoje resultam em sérios problemas. Em meu trabalho, busco recuperar uma imagem que vem se apagando com o desaparecimento da natureza no interior do Brasil, resultante das práticas predatórias adotadas a serviço do lucro”, conta.

Abordando a crise ambiental atual, ele apresenta uma série de trabalhos em diversos suportes, entre fotografia, desenho e gravura, no ímpeto de expor a devastação. Trabalhando sumariamente com madeiras naturais e queimadas, o artista cria um inventário visual onde documenta animais que resistem nas áreas agredidas e diferentes plantas do bioma natural fluminense, fotografadas antes de uma ação de reflorestamento guiada por semanas a fio pelo artista.

“O artista enquadra cenas onde a vida natural ainda persiste, lutando pela sobrevivência,” afirma o curador da exposição, Lucas Albuquerque. “Estas imagens são sobrepostas a talhos de madeira, criando uma conexão direta com a tradição das paisagens na arte brasileira dos séculos XVII e XIX. Diferente dessas representações históricas, as imagens de Raul evidenciam o risco iminente da devastação”.

“Terra Vermelha” fica em cartaz no Paço Imperial (Praça XV de novembro, 48) . Visitação: de 4 de agosto a 20 de outubro de 2024.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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