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 “Carne Viva” de Karin Cagy e Paula Boechat, no Memorial Getúlio Vargas 

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O Centro Cultural Memorial Getúlio Vargas recebe a exposição “Carne Viva” , das artistas Karin Cagy e Paula Boechat. Com curadoria de Shannon Botelho, a exposição trará 50 obras que transitam entre desenhos, pinturas e instalações.

Em “Carne Viva”, Karin Cagy e Paula Boechat exibem os seus trabalhos mais recentes, nos quais exploram ideias sobre o corpo e o tempo, destacando como ambos imprimem suas marcas, limitações e finitude. A condição feminina em um contexto de pressões patriarcais, misóginas e do mercado da beleza ideal orienta os discursos das artistas. O tempo, antes visto como mera sucessão de horas, agora se destaca como marca da experiência, sagacidade e consciência.

“Ao contrário do que se poderia imaginar, todos os valores que poderiam ser negativamente abordados, aqui assumem um caráter positivo frente à própria existência. Tempo, corpo e vida, operam nesta exposição como ferramenta de sublimação da dor e terreno fértil para os desejos”, destaca Shannon Botelho no texto curatorial.

Após anos trabalhando no mercado da moda, Karin Cagy agora se dedica a criar uma narrativa libertadora para os corpos femininos através de suas obras. Em pinturas e desenhos a artista utiliza peles, rugas, rendas e tecidos como elementos visuais e instrumentos de reflexão acerca do cruel etarismo imposto às mulheres. Os corpos fragmentados em seus trabalhos, rejeitam os padrões estéticos tradicionais, celebrando uma beleza que é um manifesto pela libertação do desejo autêntico.

Desde 2023, após uma meningite bacteriana, Paula Boechat ficou com surdez profunda, resultando em um intenso “zumbido de mar” no cérebro, similar ao som de uma praia deserta, como relata a própria artista. Apesar da reabilitação auditiva e dos implantes ainda sem sucesso, esse zumbido tem influenciado as abstrações da sua pintura, trazendo à tona tons de azul que serão apresentados em “Carne Viva”.

Além das instalações, serão apresentados 10 desenhos de partes do rosto de mulheres maduras em papel de renda; nove pinturas a óleo em pequenos formatos; duas pinturas em superfície de toalha plástica de renda; cinco desenhos com sanguínea em toalhas e lençóis antigos; seis pinturas a óleo e duas aquarelas.

Nas pinturas e desenhos de partes do corpo de mulheres maduras, há um paralelo traçado entre as rugas e as rendas, gerando um debate sobre a pele, a costura da pele, estética e intervenções.

A exposição “Carne Viva” pode ser visitada de 17 de agosto até 29 de setembro de 2024 no Centro Cultural Memorial Municipal Getúlio Vargas (Praça Luís de Camões, s/n, subsolo – Glória).

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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