- Publicidade -

Sepultura faz show de despedida grandioso no RJ

Publicado em:

A “Celebrating Life Through Death”, turnê de despedida, e ao mesmo tempo comemorativa de 40 anos, do Sepultura, chegou ao Rio de Janeiro na noite de ontem (31 de setembro). A maior instituição do Metal brasileiro reuniu milhares de fãs na Farmasi Arena para  aquele que, a princípio, é o adeus de Derrick Green, Andreas Kisser e Paulo Xisto Jr. dos palcos cariocas.

Sepultura

Foi um evento grandioso à altura da relevância da banda fundada em Minas Gerais, em 1984, pelos irmãos Max e Iggor Cavalera (que, aliás, ainda não deram as caras nessa turnê e o mais provável é que isso não aconteça). Trata-se de uma opulenta estrutura de palco com telões – sendo um ao fundo e dois menores em cada canto em formato de semi-cubos, fora os instalados nas bordas laterais. Algo que os fãs do gênero só veem por aqui em show do Iron Maiden. Esse, aliás, foi o terceiro show do Sepultura no Rio sozinho, nos últimos nove anos. As anteriores foram no Circo Voador, um local bem menor do que a arena na Barra da Tijuca. Além disso, restante se deu em edições do Rock In Rio (com um Hell In Rio no meio), como lembrou Andreas a certa altura do show. Desde o pontapé inicial da turnê do álbum “Quadra” na lona da Lapa, em 2022, não havia um show isolado em solo carioca.

Às 20h20 as luzes se apagaram e o sistema de som executou “War Pigs” do Black Sabbath e em seguida, “Polícia” (na versão original dos Titãs e não o cover do Sepultura), que sempre antecede as apresentações da banda. A clássica “Refuse/Resist” abriu a apresentação, com mais duas músicas do álbum de 1993 na sequência: “Territory” e “Propaganda”. Hora de avançar um pouco no tempo, afinal, essa é também uma tour comemorativa, então todas as fases devem ser contempladas. Daí, o disco “Machine Messiah”, de 2017, foi representado com “Phantom Self”. “Roots” foi o álbum com mais músicas no setlist, cinco no total. “Quantos aqui têm o disco Roots?”, perguntou Derrick, em um português já bastante decente depois de 26 anos de convívio com brasileiros, antes da faixa “Dusted”, a primeira do referido trabalho de estúdio a ser tocada na noite. Mesmo número teve “Chaos A.D.”, enquanto alguns discos só fizeram participação especial como “Nuclear Blast” e “Against”, com uma cada um (“Kairos” e” Choke”, respectivamente). Do último lançamento, “Quadra”, de 2020, foram três no total.

O show também foi a oportunidade de o público conhecer o baterista Greyson Nekrutman, convocado para cumprir os compromissos da turnê uma vez que Eloy Casagrande deixou o Sepultura às vésperas do início da excursão para integrar o Slipknot. Andreas aproveitou para agradecer à recepção que o Vasco da Gama fez a ele e a Nekrutman em suas dependências na sede de São Januário, e ainda brincou que o batera é vascaíno. Fãs das torcidas rivais do Rio (principalmente flamenguistas) trataram logo de vaiar, ainda que na brincadeira.

O show do lançamento do álbum “Schizophrenia”, de 1987, no Circo Voador, foi lembrado por Andreas ao anunciar a faixa “Escape to the Void”, que faz parte do álbum. Outra dos primórdios que constou no setlist foi “Troops of Doom”, do debut “Morbid Visions”, de 1985.

Na faixa instrumental “Kaiowas”, a banda levou ao palco amigos e roadies para uma jam na percussão, e entre eles estava Fred Castro, ex-Raimundos, muito aplaudido pela plateia. Derrick também deu vazão ao seu lado percussionista. Foi o momento do show que remeteu à parceria com o Les Tambours du Bronx.

Logo depois do hino Thrash Metal “Dead Embryonic Cells” e da matadora “Biotech is Godzilla”, “Agony of Defeat”, última do “Quadra” a ser executada no show, apresentou a versatilidade vocal de Derrick, com trechos em que canta sem o recurso de textura gutural característicos. Mas em seguida ele retoma o seu usual no cover de Motorhead “Orgasmatron”, que acabou se tornando também um clássico do Sepultura – que tem esse nome justamente inspirado em uma música da banda de Lemmy, “Dancing on Your Grave”. 

“Rio tá animado, mas um pouco tímido”, provocou o vocalista antes de incendiar a plateia com a dobradinha clássica “Inner Self” e “Arise”. No bis, Fred retornou ao palco juntamente com o Chico Brown, filho do  parceiro da banda no álbum “Roots” Carlinhos Brown, para tocar percussão no encerramento catártico com o medley juntando as duas faixas mais famosas do álbum, “Ratamahatta” e “Roots Bloody Roots”.

A pergunta que ficou para todos os presentes era se aquele de fato seria o fim. Realmente é muito difícil hoje em dia acreditar no encerramento definitivo de uma banda estando todos vivos e em plenas condições de performar. Pelo que se viu no show de ontem, o Sepultura poderia perfeitamente continuar nos palcos por mais alguns anos. A excelência técnica de Andreas Kisser, amparada pela precisão de Paulo Xisto e a eficiência do gigante de Cleveland Derrick, há 26 anos defendendo com seriedade e um inabalável entusiasmo o posto de frontman, compõem a receita da longevidade. E Greyson mostrou esforço ao se incorporar bem e rapidamente à banda. A turnê ainda tem datas a cumprir e certamente haverá prorrogação, mas se for mesmo a última, a escolha de sair por cima é louvável.

Setlist:
1. Refuse/Resist
2. Territory
3. Propaganda
4. Phantom self
5. Dusted
6. Attitude
7. Spit
8. Kairos
9. Means to an End
10. Convicted in Life
11. Guardians of Earth
12. Mind war
13. False
14. Choke
15. Escape to the void  
16. Kaiowas (percussion Jam)
17. Dead Embryonic Cells
18. Biotech is Godzilla
19. Agony of Defeat
20. Orgasmatron
21. Troops of Doom
22. Inner Self
23. Arise
24. Ratamahatta/Roots Bloody Roots

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
3.870 Seguidores
Seguir
- Publicidade -