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“A Moscou!”, da Cia Setor de Áreas Isoladas, na Caixa Cultural

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O espetáculo “A Moscou! Um Palimpsesto”, da companhia brasiliense Setor de Áreas Isoladas, nasceu do desejo de rasurar e reescrever o passado. Tendo como base o clássico “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov, criou-se este palimpsesto, um pergaminho antigo cujo texto é raspado para dar lugar a um novo e que acaba por guardar vestígios do antigo.

“Em ‘As Três Irmãs’, encontramos o tema da degradação a qual o tempo submete a vida dos seres, seus sonhos e desejos de realização pessoal. Eis o drama dos 4 irmãos (Olga, Irina, Macha e André) tchekhovianos: enquanto fervem por dentro e projetam seus desejos e a esperança de plenitude no paraíso perdido ao qual chamam Moscou, eles se entorpecem, ato após ato, em sua incapacidade de agir. O tema nos pareceu preciso para trazer para essa nova escrita as questões que atravessamos em nosso momento sócio-político nacional e mundial, em que assistimos cotidianamente à erosão de ideologias e promessas de mudança”, reflete a diretora Ada Luana. 

No espetáculo, os personagens tornam-se náufragos dos falidos sistemas políticos, tal qual os heróis de Tchekhov, segregados entre degradados e degradadores. Assim, a vontade de confrontar as questões da obra original com a nossa contemporaneidade chega ao público de hoje. “Afinal, que espaço temos para nossos desejos? Por que não se vai a Moscou? Vale a pena dar qualquer passo? As brechas que abrimos no texto original, rasurando-o, permitiram-nos ainda estabelecer diálogos entre clássico e contemporâneo, ator e personagem, ficção e realidade”, explica Ada.  

Desta maneira, a ideia de rascunho que sugere a palavra palimpsesto foi levada para a encenação, cujo dispositivo cênico foi pensado para revelar as estruturas ao público como em um ensaio: terreno sempre aberto à possibilidade, à tentativa, ao erro, ao risco. 

“A Moscou” desenrola-se de forma que, tanto os corpos e a interpretação dos atores, o dispositivo cenográfico, os figurinos, os objetos de cena, iluminação, etc, pretendem desnudar as estruturas, os “esqueletos”, a fim de produzirmos imagens e acontecimentos que fazem-se e desfazem-se junto com o olhar do público.

A proposta cênica do espetáculo é apresentada ao público em dois formatos: em palco italiano, onde o cenário da casa da família é montada e transformada aos olhos da platéia ou de forma itinerante, sendo que os espectadores acompanham as cenas e atos deslocando-se pelo espaço juntamente com o elenco.

Serviço:
“A Moscou! Um Palimpsesto” 
/ Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Teatro  Nelson Rodrigues – Av. República do Paraguai 230, Centro. Telefone: (21) 3509-9621. / Datas: 7, 8, 9, 10 de novembro. / Horários: quinta a sábado, às 19h, e domingo, às 18h. / Classificação indicativa: 14 anos / Acesso para pessoas com deficiência

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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