Edmilson Nunes mostra obras que abordam questões de gênero

Nos últimos quatro anos Edmilson Nunes esteve focado numa intensa produção, com pausa e movimento, pintando e caminhando, descansando e voltando às telas. Nesse vai e vem, o artista produziu diversos trabalhos e apresenta 12 pinturas de grandes dimensões na exposição Devaneios de um Caminhante Solitário, de 17 de outubro a 31 de janeiro, na Real Galeria de Arte Contemporânea, em Copacabana.

O título da mostra foi inspirado no livro de Jean-Jacques Russeau com mesmo nome, escrito entre 1776 e 1778, um misto de ensaio filosófico e diário que retrata dez caminhadas meditativas do autor por bosques e campos. “Peço licença ao filósofo para apresentar um projeto de pinturas que me remete ao imaginário psicológico vivido por ele. Diante de certa angústia e caminhadas diárias, olhando e sentindo a natureza os meus trabalhos foram construídos”, explica o artista.

Nas novas obras, Edmilson deixa de lado os tecidos, bordados, pregos e madeiras tão frequentes em seus trabalhos e cria a partir de recortes de revistas e outras publicações, agrupadas, sem lógica prévia. A tinta sobre o tecido e a escala das imagens, ampliadas de cinco a dez vezes, concluem as pinturas.

Entre os destaques da mostra, uma Frida Khalo colorida de 2 x 1,60 metros, e uma recriação de Nossa Senhora, ambas de 2022. “Gosto desse tema do paralelo entre sexo e religião e trago isso no meu trabalho desde a década de 1990. Quero mostrar o belo, o generoso”, conta o artista, que tem obras em importantes coleções brasileiras, como Gilberto Chateaubriand, João Sattamini – Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro, na Galeria Anna Maria Niemeyer e no MAR – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Sobre o artista – Formado em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edmilson Nunes nasceu em Campos dos Goytacazes, em 1964. Vive e trabalha em Maricá, no Rio de Janeiro. Fez curso de pintura na Escola de Belas Artes da UFRJ (EBA) e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Já fez pinturas e esculturas para o carnaval do Rio e cenário para teatro, cinema e publicidade. Entre as principais exposições estão as individuais “Céu”, no Paço Imperial, e “Assim é se assim lhe parece”, no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro. Entre as coletivas, participou do Salão Nacional de Artes Plásticas, no RJ, da 4ª Bienal Nacional de Pintura de Cuenca, no Equador, da 7ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre e do Festival de Esculturas do  Rio de Janeiro, no Museu Nacional de Belas Artes.

Serviço: Visitação: 18 de outubro a 31 de janeiro de 2025 – de segunda a sexta-feira, das 12h às 17h. Os horários também podem ser agendados pelo telefone (21) 2546-6565 / Local: Real Galeria de Arte Contemporânea – Av. Princesa Isabel, 500 – Copacabana -Dentro do Real Residence Hotel. / Entrada gratuita