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Rio de Janeiro ganhará Centro Cultural dedicado à conexão Rio-África 

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O Rio de Janeiro se prepara para receber o Centro Cultural Rio-África, um espaço que busca celebrar as heranças e as culturas afro-brasileira e se tornar um ponto de conexão emocional e histórica com o continente africano. Localizado na região da Pequena África, na Avenida Venezuela, no bairro da Saúde, este Centro será erguido em uma área rica em simbolismo, próxima ao Sítio Arqueológico do Cais do Valongo e às antigas Docas Dom Pedro II. Esses locais são testemunhas da história da diáspora africana e ressaltam a importância de preservar e valorizar a memória afro-brasileira.

O Estúdio Módulo, liderado pelos arquitetos Marcus Damon, Guilherme Bravin e Érica Tomasoni, venceu o concurso promovido pela Prefeitura do Rio de Janeiro e organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio de Janeiro (IAB-RJ). O projeto não é apenas uma construção, é um gesto profundo de valorização da rica história da Pequena África, um legado que merece ser reconhecido e celebrado. Marcus Damon, sócio do Estúdio Módulo, ressalta a profundidade do significado desse projeto: “Participar deste projeto é extremamente significativo para nós.

O Centro Cultural Rio-África possui um imenso simbolismo e importância cultural, não só para o Rio de Janeiro, mas também para o Brasil e os países africanos que compartilham uma história de desafios e conquistas. Nossa proposta vai além de fomentar o debate e a reflexão; queremos que o espaço ofereça um lugar de contemplação e respiro.” Essa visão reflete a intenção do escritório de criar um ambiente que não apenas permita a reflexão sobre as histórias e experiências do passado, mas também honre e celebre as contribuições e legados que moldaram a identidade cultural afro-brasileira. A arquitetura do Centro Cultural Rio-África busca estabelecer uma conexão sensível entre a ancestralidade africana e o legado da arquitetura moderna brasileira. 

Com o intuito de englobar a riqueza cultural do continente africano e fazer essa ponte com a história e a cultura brasileiras, o projeto tem uma proposta inclusiva e representativa. O espaço contará com um sistema construtivo inovador, em que pilares de madeira, que lembram árvores, sustentam a cobertura, simbolizando a vitalidade e a reverência que as árvores possuem na cultura africana. A estrutura, que combina madeira nos andares superiores e concreto nos pavimentos inferiores, reflete uma estética que dialoga com a tradição e a modernidade. A fachada será feita com tijolos de barro, inspirados no trançado e no muxarabi, abordagens que influenciaram o cobogó brasileiro. Além disso, o desenho da cobertura reinterpreta as texturas dos tecidos Kuba Showa, originários do Congo, trazendo uma camada adicional de conexão cultural.

A implantação do projeto cria uma praça aberta para a Avenida Barão de Tefé que proporcionará um novo espaço para eventos e manifestações culturais, atuando como uma galeria a céu aberto.As áreas expositivas não são dispostas em uma sequência linear. São posicionadas em pavimentos e em volumes diferentes, representando os fragmentos dos povos separados pela diáspora africana e também as diversas culturas e complexidades que compõem a ideia de África. Os volumes são envolvidos por uma pele que sombrea e filtra a luz, representando a intenção de acolher e unificar esses fragmentos.

O Centro Cultural Rio-África será um marco na transformação cultural e social da região, oferecendo um espaço que simboliza a resistência e a valorização da herança afro-brasileira no Rio de Janeiro. Com essa iniciativa, o Centro promete não apenas enriquecer a vida cultural da cidade, mas também estabelecer um diálogo contínuo e significativo com o continente africano, fortalecendo as raízes e a identidade afro-brasileira.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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