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“Esperando Godot”, clássico de Samuel Beckett, estreia com direção de Zé Celso

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Obra-prima do autor irlandês Samuel Beckett, ganhador do Nobel de Literatura em 1969, “Esperando Godot” estreia no Teatro Carlos Gomes. “Esperando Godot” é uma peça de forte simbologia para a Companhia de Teatro Oficina Uzyna Uzona, aliás, esse foi o último espetáculo de Cacilda Becker (montado em 1969), com força motriz de criação para as muitas gerações de artistas do Teatro Oficina. Além disso, a montagem foi a última peça dirigida por José Celso Martinez, falecido em julho de 2023.

A peça marca o retorno de Alexandre Borges a um espetáculo da companhia depois de 30 anos. O ator viveu o Rei Cláudio na montagem de ‘Hamlet’, de William Shakespeare, em 1993, espetáculo que reinaugurou o Teatro Oficina, com o atual projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi e Edson Elito.

Escrita em 1949, pós-Segunda Guerra Mundial, ‘Esperando Godot’ é uma grande parábola da sociedade moderna. É o testemunho do um fim de uma época, do declínio de uma sociedade, do esgotamento da possibilidade de ação humana na medida em que perdemos a noção da nossa existência.

No teatro se encarnam as entidades do mundo que atravessam as épocas, os corpos, as guerras e a peste, criando novos mundos, imaginando, experimentando e interpretando a vida a partir do fogo dos que vieram antes de nós e dos que nos esperam adiante. No Brasil, no mundo, muitas vidas estão agora sob grande ameaça. Estados assumem sua ação em políticas de morte. Todos os povos que neste momento, e desde há muito, pulsam suas existências e se insurgem contra as violências institucionais estão sob a mira da extinção, do apagamento, do desaparecimento forçado.

A Árvore que está presente no Beckett é uma personagem muito importante na montagem, totem das transmutações do tempo, é um sujeito que catapulta ações na cena e fora dela. Tem correspondências diretas com a árvore plantada por Lina Bo Bardi, nos anos 80, nas terras internas do chão do Teatro Oficina: uma Cesalpina; faz ligação direta, ainda, com a árvore tombada pela tempestade e que insiste em germinar e dar frutos, na horizontal, mais vivo do que nunca, no último chão de terra livre do Centro de SP, entre as Ruas Jaceguai, Japurá, Santo Amaro e Abolição. A Árvore de ‘Esperando Godot’ é o que insiste e reexiste como força cosmopolítica de insurreição da vida, como o Rio Bixiga, que corre a 4m do chão, no epicentro das terras verdes que circundam o Teatro Oficina.

Serviço: Temporada: de 28 de novembro a 08 de dezembro / Horários: quintas e sextas às 19h / Sábados e domingos às 17h

Local: Teatro Carlos Gomes (Endereço: Praça Tiradentes, s/nº, Centro)

Ingressos:  https://riocultura.eleventickets.com/

Classificação etária: 14 anos

Duração: 3h30min, com intervalo de 15min

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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