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Moana 2 desenvolve uma mitologia de aventura, impecável

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Não foi imediatamente que Moana surgiu como um verdadeiro clássico Disney. Igual a muitos títulos do estúdio, o passar dos anos mostrou o verdadeiro tamanho da obra, que não sucumbiu diante do gigantismo das produções que eles se dedicam. Tinha uma simplicidade no que estava sendo contado, que não se restringia aos valores, mas que fazia parte de um conjunto de elementos. Acima de tudo, existe um conceito familiar que engloba o original de 2016, que consegue transformar tudo que vimos em parte integrante de uma grande comunidade. Está na delicadeza com que trata a união dos povos e o carinho com que tratamos o próximo, talvez seu principal ativo, e isso é retomado na continuação Moana 2, uma das produções mais esperadas do fim de 2024. 

Moana 2

Não podemos esquecer que o original ainda contava com a magia que advinha das mãos dos lendários John Musker e Ron Clements, que entregaram uma série de clássicos do estúdio, incluindo AladdinA Pequena Sereia Hércules. Eles não estão na função aqui, entregue a um trio de novatos (Dana Ledoux Miller, David Derrick Jr. e Jason Hand), mas o que eles tomam como base são os mesmos investimentos do original, que afinal são a base da construção da marca. A família em primeiro lugar, e um olhar firme para como os códigos de união definem nossa conduta e caráter. Pode parecer antiquado e até cafona para as novas gerações, mas no fim das contas essas são mensagens clássicas cuja preservação está intacta aqui. 

Além disso, Moana 2 continua sendo uma animação de realização impecável. A primeira parte do filme, prévio ao embarque da protagonista para a aventura, o detalhamento do que é humano no filme é de embasbacar, principalmente os cabelos. É um capricho permitido a produções de hoje, que tornaram o ‘desenho animado’ de outrora, uma expressão absolutamente descartável, e até um pouco indigna do que é concebido hoje. Nas produções de grande porte de hoje, quando a proposta é abraçar algum tipo de realismo, O resultado é uma textura que em nada fica a dever ao chamado ‘live action’ nesses detalhes, e em um produto como esse aqui, também a água é um elemento cujo trabalho envolve dezenas de técnicos, que entregam o melhor jamais feito. 

Se a narrativa desenvolvida pelo roteiro não é exatamente original, principalmente se colocamos lado a lado com o que foi apresentado no primeiro, Moana 2 tem o claro interesse de desenvolver uma mitologia de aventura. A protagonista, agora senhora de seu lugar no mundo, não apenas aceitando o destino que a escolheu, mas exatamente abraçando o futuro sem encarar como fardo, está pronta para o que pode ser apenas mais uma de grandes e novos caminhos marítimos. Se a opção para os próximos exemplares (porque dificilmente a saga se encerra aqui) não for mais uma repetição de roteiro, e tem tudo para não ser a partir da forma como o filme se encerra, mais gerações se prepararão para novos contornos desse sentido de comunidade que o filme propaga.

Existe um personagem novo no filme que acaba sendo sua razão afetiva, e (ainda bem) ainda não se trata de uma história de amor propriamente dita. Moana agora tem uma irmãzinha, e não existe momento do filme onde a pequena menininha surja, que uma onda de fofura extrema não ocupe cada quadro do filme. O trio na direção tem essa noção e injetam a maior quantidade de interações entre as irmãs quanto possível, e infelizmente a pequenina não sai para o mar junto à sua irmã famosa. Talvez isso tenha sido o melhor a ser feito, pois era bem capaz que toda o encanto que a personagem proporciona tirasse o foco da espinha dorsal do roteiro.

O mais importante, e que também conseguiu ser resgatado aqui, é a sensação de divertimento impregnado em cada segundo de Moana 2. Essa é um daqueles momentos do ano onde não apenas nos sentimos libertos de outras obrigações com um título, de cobranças mais arraigadas, mas não porque o filme não entregue excelência no que se propõe, mas porque existe muito prazer no que foi feito, e na forma como o público absorve suas imagens. Se não torna-se uma experiência marcante para o futuro, o que ficam dos dois exemplares dessa já imaginada franquia é o carinho que transborda em muitos momentos, e o quanto o espectador pode absorver de entretenimento de primeira. Quando as irmãs estão em cena então, o filme vai além de diversão de primeira, chegando em sentimentos de afeto familiar muito genuínos, e que unem todos os pontos da produção. 

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