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“O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas” faz sátira sobre concentração de riquezas

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Com ironia e humor, o espetáculo “O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas” é um crítica à dominação econômica e cultural, trazendo à tona o debate sobre a concentração de renda nas mãos de poucos, em detrimento da miséria de muitos.

A montagem é uma adaptação e atualização de Julian Boal da peça de 1973, de seu pai, o renomado dramaturgo Augusto Boal. O espetáculo parte de questionamentos como: quem são os “Tio Patinhas” de ontem e hoje, desde os donos de grandes indústrias até os gigantes do comércio online? Qual é a influência deles nos contextos sociais, econômicos, políticos e culturais de um país como o Brasil?

"O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas"
Foto: Renato Magolin

Deslocando a dramaturgia de Augusto para um Brasil contemporâneo, Julian Boal comenta que acompanhar o processo de criação foi uma experiência emocionante.”Na sala de ensaio, foi impressionante ver as interpretações das gerações mais jovens, me fazendo descobrir camadas e referências históricas que eu não havia notado antes. A equipe inteira trouxe novas ideias e soluções, fazendo com que o texto dialogasse ainda mais com o público de hoje”, destaca.

O diretor Junior Melo ressalta que “O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas” aposta em uma roupagem carnavalesca. “Os desfiles de escolas de samba, onde o acúmulo, a festa, as alegorias, o exagero e o caos se entrelaçam na nossa linguagem. Essa estética contamina todo nosso espetáculo, junto a sonoridades que evocam o universo fantástico dos quadrinhos e animações, refletindo nossa ingenuidade política como nação”, conta.

Aliás, as escolhas instrumentais e narrativas de “O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas” reforçam a abordagem crítica do espetáculo, como explica o diretor Wellington Fagner . “Optamos por elementos como a comunicação direta entre ator e público, a música comentando a ação, a exposição das coxias, a ruptura de tempo e espaço e o ator como crítico e agente da história”, comenta.

A produção é realizada por um coletivo de dez artistas periféricos da Baixada Fluminense e outras regiões do Rio de Janeiro, os mesmos que participaram da montagem do premiado espetáculo Revolução na América do Sul, indicado ao 16° Prêmio APTR de Teatro entre 2021 e 2022. Sendo assim, a parceria deste projeto com o Instituto Augusto Boal possibilita que a obra dele seja pensada e encenada por artistas periféricos que são atravessados pelas questões abordadas, apontando um olhar engajado e crítico sobre a realidade atual. 

A atriz Bárbara Abi-Rihan, integrante do elenco, destaca que encenar Boal é um privilégio: “Ele nos conduz com leveza e humor ao universo fantástico dos quadrinhos e nos traz de volta à realidade para olhar criticamente a nossa própria história. Nos permite partilhar com o público uma experiência de festa, música e imagens poéticas, mas sem abrir mão da densidade quando o assunto é sério”, pontua.

Antes de chegar aos palcos, “O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas” foi apresentado como Leitura Dramatizada na Bienal Todos São Palco, na Europa. Inédita no Brasil, a peça teve apenas uma montagem anterior em Buenos Aires.

SERVIÇO: temporada: 14/11 a 08/12 / Dias da semana: de quinta a domingo / Horário: 20h / Local: Arena do Sesc Copacabana (Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana) / Classificação indicativa: 14 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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