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Toto esbanja técnica em show à moda antiga

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Após 17 anos, Toto voltou ao Brasil! A formação clássica já não existe mais, infelizmente. Com alguns integrantes já falecidos (Jeff e Mike Porcaro) e o cantor original Bobby Kimball sofrendo de demência, apenas o guitarrista e vocalista Steve Lukather e o tecladista David Paich são os remanescentes da formação original, porém, o segundo não participa mais turnês por problemas de saúde. O vocalista Joseph Williams, que integrou o grupo entre 1986 e 1988, retornando de vez em 2010, é o mais próximo do line-up clássico, formando com Lukather a dupla fixa ao vivo, nesta que é a primeira excursão sem Paich ou qualquer membro da família Porcaro. Mas se levarmos em conta que se trata de uma banda de alta rotatividade (foram mais de quinze músicos que já atuaram no conjunto ao vivo e em estúdio), mudanças não são propriamente um problema.

TOTO

Mas, certamente, excelência é o que define o Toto. Tal qual o nosso Roupa Nova, a banda americana é alvo de alguns narizes torcidos por conta de seu forte apelo comercial e algumas baladas açucaradas, ao mesmo tempo que são reconhecidos pelo alto nível técnico dos músicos envolvidos. E a disciplina também ficou latente na pontualidade. Eram 19h58 quando as luzes do Arena Jockey se apagaram para o início da etapa carioca da turnê Dogs of Oz. Quem acreditou que o show marcado para às 20h teria início às 20h30 – aquela tolerância de meia horinha comum em shows de artistas nacionais – acabou perdendo as primeiras músicas. Os trabalhos foram abertos com “Girl Goodbye”, como no ao vivo “Out On The Run”, de 1982), seguida da clássica “Hold the Line”, cantada por praticamente todo o público, inclusive os que chegavam atrasados, surpreendidos pelo rigoroso cumprimento do horário por parte da banda. Essa foi a primeira vez do Toto no Rio de Janeiro (em 2007 vieram apenas a São Paulo), daí era mesmo esperado que os fãs cariocas tivessem a alma lavada a cada hit e a cada solo de guitarra de Lukather.

Como era de se esperar, o repertório  privilegiou os sucessos lançados no final dos anos 70 e ao longo da década de 80, como a balada “I’ll Be Over You”, que Lukather dedicou às belas garotas do Rio (momento em que vários casais dançavam como na hora da música lenta das festinhas de antigamente), “Georgy Porgy” e “I’ll Suppy the Love”. Mas também houve espaço para uma canção dos anos 1990 (“Jake to the Bone”, do disco “Kingdom of Desire”, de 1992) e duas do século XXI: “Dying on My Feet”, do “Falling In Between”, de 2006, e “Burn”, do último trabalho de inéditas, “Toto XIV”, de 2015.

Assim como o Rush, a perfeição técnica não se traduz em sisudez. A interação com a plateia é bastante descontraída. Antes da faixa “Pamela”, Williams brincou dizendo que compôs lá em oitenta e alguma coisa para uma garota que jogou seu coração no chão e pra se recuperar ele precisa executar  a canção sempre. O vocalista também lembrou de quando compuseram “Stop Loving You” antes de ser tocada. “Estávamos preparando o novo álbum e Dave estava assim, de cara com Steve, e eles disseram ‘não posso parar de te amar'”. 

Muita descontração também no momento de apresentar a banda. Lukather lembrou que ele e o tecladista Greg Phillinganes trabalharam como músicos de estúdio em “Thriller” de Michael Jackson, e tocaram um trecho instrumental de “Beat It” (todo mundo só se lembra do solo de Eddie Van Halen, mas a guitarra de base era de Lukather). Ainda na introdução dos músicos, outro momento divertido foi quando o baixista, que já trabalhou com Huey Lewis and the News, puxou “The Power of Love”, tema de “De Volta para o Futuro” e a música mais popular daquele conjunto. E a apresentação que arrancou mais aplausos (e surpresa para alguns) foi a de Williams, que, além de filho do compositor de trilhas para o cinema John Williams, é a voz de “Hakuna Matata” em “O Rei Leão”. Para alegria dos mais jovens, o vocalista executou um trecho.

As músicas mais esperadas ficaram para o final. Depois de “With a Little Help From My Friends” dos Beatles, só que na versão de Joe Cocker, vieram os dois maiores sucessos da banda: “Rosana” e “Africa”, ambas do disco “IV”, de 1982, sendo a segunda um momento de catarse dos fãs. Em entrevista recente a veículos brasileiros, Lukather prometeu um show à moda antiga. E de fato foi o que o Toto proporcionou. Sem grandes efeitos, mas com muita técnica e boa música. Isso é o suficiente.

Setlist:

1. Girl Goodbye
2. Hold the Line
3. 99 
4. Pamela 
5. Jake to the Bone 
6. Solo de teclado (por Greg Phillinganes)
7. Burn 
8. I’ll Be Over You 
9. Stop Loving You 
10. Little Wing (The Jimi Hendrix Experience cover)
11. Solo de bateria (de Shannon Forrest)
12. I’ll Supply the Love 
13. A Thousand Years 
14. Georgy Porgy 
15. Dying on My Feet 
16. Home of the Brave 
17. With a Little Help From My Friends (cover de Beatles, na versão de Joe Cocker)
18. Rosanna 
19. Africa

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