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Crypta faz show vigoroso no Circo Voador

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Formada em 2020, a Crypta, banda de death metal formada por mulheres, é a maior do gênero do Brasil, e uma das maiores no país na atualidade. Trata-se de uma dissidência de outra banda feminina de metal, a thrash Nervosa, da qual saíram a baixista e vocalista Fernanda Lira e a baterista Luana Dametto. Aliás, o conjunto chegou a tocar naquele que é considerado o maior festival de metal do mundo, o Wacken Open Air, na Alemanha. O show de ontem à noite no Circo Voador (já quase madrugada de hoje, pois começou faltando três minutos para a meia-noite) foi o penúltimo da atual turnê, de 150 datas, que divulga o novo disco, “Shades of Sorrow”, lançado em 2023.

Antes do Crypta subiram ao palco da lona na Lapa as bandas Trash no Star, Quantum e Hatefulmurder, as três tinham em comum ter uma vocalista mulher à frente. A primeira, marcada por seu estilo riffs de guitarras distorcidas, microfonias, punk e lo-fi.  A segunda apresenta um metal moderno e a terceira calcada em riffs pesados.

Logo após um intervalo relativamente longo após o show da Hetefulmurder, a plateia contornou a impaciência com gritos de “olê olê olê olá! Crypta! Crypta!” Tudo pronto, o pedestal adornado com punhais e uma espada devidamente montado, as meninas iniciaram o show com “The Other Side of Anger”, faixa do disco mais recente, seguida de “Poisonous Apathy”, do mesmo trabalho. Uma roda de pogo imediatamente se abriu no meio da pista. Chama atenção a potência vocal de Fernanda – que também tem como marca registrada suas feições sincronizadas com o andamento das músicas – e a excelência técnica de toda a banda. A guitarrista Jéssica di Falchi imprime solos desconcertantes e forma uma poderosa dobradinha com Tainá Bergamaschi. Já Luana atua como uma maestra do caos na bateria.

Em um momento de interação com o público, Fernanda disse o quão importante era tocar no Rio de Janeiro e no Circo Voador, a casa que as abriga tão bem. A vocalista manifestou a satisfação de realizar o penúltimo show da turnê na cidade que elas tanto amam. Perguntou quantas pessoas estavam em seu primeiro show da Crypta. Um número considerável levantou a mão, mas a maioria do público já era iniciado, inclusive tendo as letras bem difíceis de se cantar (uma característica desse subgênero do metal) na ponta da língua. 

Na pista a energia não baixava nem por um segundo, seja nas incessantes rodas de pogo ou nas demonstrações apaixonadas no gargarejo, cantando a plenos pulmões chumbos grossos como “Lift The Blindfold”, “Lullaby For The Forsaken” e “Stronghold”, essa com uma levada de guitarra “cantável” (a plateia entoava “ôô”), típica de uma vertente mais melódica do metal.

O repertório ficou mais concentrado em “Shades of Sorrow”, tendo quase todas as faixas do álbum executadas, porém, logo após “Lord of Ruins”, música perfeita para ser tocada no dia do apocalipse, coube a “From the Ashes”, do primeiro álbum, “Echoes of the Soul” (2021), o encerramento da noite.

A Crypta vem cada vez mais expandindo sua relevância na cena metal, mostrando maturidade e segurança, além da simbiose com seu público. Além de receber e retribuir o carinho dos fãs cariocas durante todo o show, ainda cumprimentaram cada um  que estava no gargarejo, sendo que Fernanda e Jéssica ficaram por um bom tempo na beira do palco atendendo a quem permanecia ali, dando autógrafos e tirando fotos. Estreitando os laços com a audiência, elas reforçam seu status de referência no metal brasileiro.

Setlist:
1. The Other Side of Anger
2. Poisonous Apathy
3. Lift the Blindfold
4. The Outsider 
5. Lullaby for the Forsaken
6. Stronghold 
7. The Limbo
8. Trial of Traitors
9. Dark Clouds
10. Agents of Chaos
11. Lords of Ruins
12. From the Ashes

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