Lucas Finonho apresenta obras que refletem a sua trajetória

O Ateliê 31 apresenta a nova exposição individual Lucas Finonho: “Ruínas”, com curadoria de Shannon Botelho. A mostra encerra um ciclo significativo de 2024 e antecipa as direções que o artista, considerado uma das grandes promessas do circuito carioca de arte, pretende seguir em sua trajetória.

A exposição reflete um momento de transformação na poética de Finonho, tomando como ponto de partida sua obra inaugural Ruínas. Criada a partir da inspiração da música homônima da compositora Aureah Lima, que aborda as ruínas como reinício, a exposição carrega simbolismos profundos sobre resiliência, esperança e a reconstrução diante das adversidades. 

“O nome da exposição – Ruínas – é semelhante ao da primeira obra produzida por Lucas. Nela, um corpo incompleto sobre um fundo de cor chapada já anunciava a fragmentação e a dualidade, atributos que ocupam um nexo importante em sua poética. Ao contrário do que se possa pensar, o artista jamais pensou a condição de ruína como um lugar de devastação ou limite, ao contrário, para ele, é um lugar de reinício, uma possibilidade outra de traçar horizontes inéditos para o seu trabalho, seus ideais e para si mesmo,” destaca Shannon Botelho no texto curatorial. Esses conceitos dialogam com o contexto da mostra, que ocorre no limiar entre o último mês de 2024 e o primeiro de 2025, marcando um tempo de encerramento e novos começos.

Lucas explora em sua pesquisa artística o potencial de transformação e resistência contido nos elementos naturais. Pedras policromadas, telas pintadas, assemblages e um ambiente instalativo compõem a exposição. Inspirado pela dinâmica das rochas, que são formadas por fragmentos ao longo do tempo, o artista encontra paralelos com os processos humanos de superação e reconstrução. 

O uso de pedras em suas obras revela um olhar atento às paisagens sedimentares e às marcas deixadas pelo tempo, propondo uma reflexão sobre como as adversidades podem ser ressignificadas em novos caminhos e possibilidades. As obras exploram as ideias de fragmentação e ruínas, criando uma narrativa que transforma essas noções em símbolos de renovação no presente e possibilidades para o futuro. Para a exposição, o artista criou uma instalação composta por pedras policromadas e pequenas intervenções que, centralizadas no espaço expositivo do Ateliê 31, comporão uma obra de grandes dimensões. Com o desejo de Lucas Finonho, parte dos recursos obtidos com a venda da instalação será revertido para o programa de residências artísticas promovido pelo Ateliê 31.

SERVIÇO: Visitação: 14 de dezembro até 31 de janeiro de 2025 / Terça a sexta-feira, das 13h às 18h / Local: Ateliê 31 – Rua México, 31, sala 1003, Cinelândia