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“Mato-à-Mata”, de Willy Chung, no Centro Cultural dos Correios

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A exposição “Mato-à-Mata”, primeira individual do artista Willy Chung, apresenta um conjunto de pinturas, esculturas, desenhos e instalação, e propõe uma imersão poética na interconexão entre o humano e o mundo natural, questionando as fronteiras que tradicionalmente separam Natureza e cultura.

Willy Chung, com ascendência oriental, em sua prática artística, mergulha na visão conceitual da não dualidade, abordando o todo como unidade, evocando uma harmonia que se revela através de uma aproximação dos princípios das filosofias orientais e das práticas meditativas. Em suas obras, a natureza não é apenas cenário ou objeto de contemplação, mas um fluxo contínuo, um campo onde o humano e o vegetal, o mineral e o animal coexistem sem hierarquias, dissolvendo fronteiras.

Esse diálogo entre arte e Natureza ganha forma em cores, texturas e gestos que evocam a fluidez universal, tal como unidade, o caminho que conecta todos os seres, onde o estado de fluxo encontra equilíbrio no desabrochar espontâneo da vida. Em cada tronco sinuoso, folha em mutação ou paisagem recriada, percebe-se um chamado para reconhecermos o que já somos: parte indivisível da mesma trama que tece o mundo.

A obra de Willy não busca respostas, mas cria espaços para que as perguntas reverberem — não como algo a ser solucionado, mas como ecos de uma comunhão com o que nos transcende e, ao mesmo tempo, nos constitui.

Entre os destaques da exposição estão o tríptico “Saravá (flor-de-lis)”, o díptico “Mangue-Vermelho”, e telas como “A Ribeirinha”, “Queimada”, “Mato-à-Mata” e “Garimpo”. A série TEOTL (Gaia), composta por trabalhos em que o pictórico e o escultórico se fundem para retratar a vegetação, traduz a exuberância da Natureza por meio de formas e texturas que sugerem movimento e vida. Complementando o conjunto, as esculturas “ Hyákinthos” e “ Dáphnē” evocam uma síntese poética entre arte e Natureza.

Sob a curadoria de Fabricio Faccio, “”Mato-à-Mata é um convite a rever nosso lugar no mundo e reconhecer que, ao observarmos a Natureza, vemos não o Outro, mas nossa própria essência refletida. “Pela prática artística de Willy Chung podemos refletir que ao contemplarmos a Natureza, acreditamos enxergar o Outro, mas é a nós mesmos que vemos — ela é o espelho onde buscamos, incessantes, nosso próprio rosto, em meio ao infinito”, afirma o curador.

Serviço: Visitação: de 12 de dezembro de 2024 a 15 de janeiro de 2025 / Horário: De terça a sábado, das 12h às 19h/ Local: Centro Cultural dos Correios Rio de Janeiro (Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro) / Entrada gratuita

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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