- Publicidade -

Sonic 3: O Filme acelera na marcha genial de Jim Carrey

Publicado em:

Na contramão do gradual ocaso financeiro dos longas baseados em HQs, produções derivadas de games (como o fenômeno Super Mario Bros., de 2023, ganham cada vez mais espaço em circuito, como se nota na mastodôntica arrecadação de Sonic the Hedgehog 3, no exterior. Aliás, sua abertura nos EUA somou US$ 62 milhões de receita em três dias. Parece pouco, mas, na concorrência com Mufasa e com potenciais concorrentes ao Oscar (Moana 2 e Wicked, sobretudo), é um bocado, com destaque para o fato de seu orçamento (de US$ 122 milhões) não soar escandaloso para os padrões industriais de títulos com o mesmo perfil. É grande a intimidade que seu realizador, Jeff Fowler, adquiriu com o ouriço azul criado no Japão em 1990, por Naoto Ohshima e Yuji Naka, para a desenvolvedora de jogos eletrônicos Sega. Dirigiu dois filmes de sucesso com ele. O primeiro, de 2020, faturou US$ 319,7 milhões, e o segundo, de 2022, arrecadou US$ 405,4 milhões. Sonic 3 é mais exuberante que as anteriores no roteiro de diálogos preciosos) e na montagem, além de ser uma apoteose para o talento de um Jim Carrey.

Sonic 3

Há três décadas, quando Ace Ventura – Um Detetive Diferente (1994) despontou nas telas (e locadoras), o estilo de “humor físico” dele, com caretas tão inusitadas quanto as de Jerry Lewis (1926-2017), renovou a cartilha cômica de Hollywood, desafiando o moralismo e a inércia do politicamente correto. Receitas milionárias seguidas, vide O Máscara (1994) e O Mentiroso (1997), demarcaram sua relevância no cinemão nos anos 1990, quando ficou pau a pau com os ícones hollywoodianos da época (Tom Cruise, Tom Hanks, Harrison Ford, Robin Williams e John Travolta) em quesito faturamento. Flertes com o drama, como O Show de Truman (1998) e O Mundo de Andy (1999), garantiram-lhe dois Globos de Ouro e ampliaram seu prestígio, testado uma vez mais na obra-prima Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças (2004). Todo Poderoso (2003) e Sim, Senhor (2008) renovaram sua persona de clown nos anos 2000, atropelada por problemas pessoais que diminuíram seu interesse em filmar, com exceção do seriado “Kidding” (2018-2020). 

Diante da rala presença dele em circuito na década passada, o convite para assumir os bigodes do vilão Dr. Robotnik no primeiro Sonic soou algo impensável, mas ele topou a oferta e fez do Professor Pardal da Sega um ferrabrás adorável, reciclando o arquétipo do cientista louco. O que, certamente, já era saboroso se amplia na nova aventura. O notável arsenal de gestos (e de gags) com que Carrey desafia o mau humor se amplia agora que ele se desdobra em dois personagens, interpretando ainda o sumido vovô de Robotnik, o Professor Gerald. A sequência em que avô e netinho criam intimidade sentimental, com direito a uma fantasia de Papai Noel, é impagável.   

Ivo Robotnik é convocado para ajudar seu arquiinimigo, Sonic, quando o herói (com a voz do dínamo Manolo Rey na dublagem nacional) e seus parceiros, Knuckles e Tails, precisam debelar uma criatura chamada Shadow. Esse ser sombrio, interpretado por Keanu Reeves (adaptado para o português pelo gogó do dublador Reginaldo Primo), ameaça o balanço da Terra. 

Os dois Robotniks, unidos, podem facilitar a vida de Sonic, mas a sanha malévola de ambos há de pesar numa trama arejada por tiradas cômicas, apoiada numa direção de arte dionisíaca. Sonic 3 traz uma narrativa ágil (como eram os videogames de Master System e Mega Drive), recheada por uma discussão sobre lealdade. Tika Sumpter, que vive a mãe adotiva de Sonic neste mundo, tem uma divertida participação ao lado do sempre sagaz James Marsden. 

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -