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Aderbal Freire-Filho é homenageado em peça que reabre o Teatro Glaucio Gill

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Aderbal Freire-Filho (1941-2023) foi um diretor teatral por excelência, e não apenas pelos mais de 60 espetáculos encenados em quase cinco décadas de carreira. Era um artista que falava sem ponto de corte, com gestos exuberantes, como se interpretasse cada uma de suas ideias. Esse doce e genial personagem estará de volta aos palcos, na peça “Show do Gláucio apresenta o teatro aberto de Aderbal”. Além de Aderbal, a montagem homenageia Gláucio Gill (1932-1965), na programação de reabertura do teatro que leva o nome do dramaturgo.

Aderbal

Com texto de Gillray Coutinho e direção de Leonardo Netto, o “Show do Gláucio apresenta o teatro aberto de Aderbal” leva à cena um fictício encontro entre Aderbal Freire-Filho e Gláucio Gill. O dramaturgo foi também o precursor dos talk shows no país, ao se tornar apresentador do programa “Show da Noite”, da TV Globo. Foi durante uma apresentação de seu programa, ao vivo, que Gláucio Gil sofreu um ataque cardíaco fatal, aos 32 anos.

A peça se passa nesse ambiente, quando Gláucio recebe Aderbal para um inusitado e divertido programa de TV, com números musicais, brincadeiras e uma entrevista sobre a obra do diretor. No elenco, estão Ana Barroso, Carmen Frenzel, Cláudio Mendes, Marcello Escorel, Thiago Justino e Xando Graça.

“Aderbal foi um diretor fantástico, que já faz muita falta para o teatro brasileiro. Neste espetáculo, eu procurei reunir não só dados biográficos, mas recriar, um pouco, o personagem Aderbal. Nós levamos à cena também o jeito dele, a forma de se expressar, suas ideias sobre a vida e sobre o teatro, brincadeiras e piadas”, conta o autor Gillray Coutinho que conheceu o diretor aos 18 anos. 

Cearense, Aderbal se mudou para o Rio de Janeiro em 1970. Trabalhou no Brasil, em outros países da América do Sul e na Europa. Dirigiu, entre muitos outros, os espetáculos “Apareceu a Margarida”, “O Tiro Que Mudou a História” e “Turandot ou Congresso dos Intelectuais”. Fundou um gênero teatro, o romance-em-cena (“A Mulher Carioca aos 22 Anos”, “O que Diz Molero” e “O púcaro búlgaro”) e criou grupos como o Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, fundado em 1989 e sediado no próprio Teatro Glaucio Gill. Além disso, também esteve à frente da SBAT – Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, em defesa da dramaturgia nacional.

“Aderbal e Gláucio eram de uma grande inquietação artística”, lembra o diretor Leonardo Netto, que trabalhou com Aderbal em seis espetáculos. “A ideia da peça é homenagear não só os dois, mas outros grandes inquietos e talentosos do nosso teatro que já se foram. Além deles, falamos de Camila Amado, Domingos Oliveira, Ney Latorraca… Então, é um espetáculo com um olhar muito carinhoso para nós, que fazemos teatro”, conclui. 

O Teatro Gláucio Gill reabre depois de um ano de obras de renovação na parte elétrica, hidráulica, reforma de mezanino, camarins, fachada, letreiro, banheiros e poltronas. “O teatro está com mais conforto e segurança, com novas cadeiras e fachada, além de assentos laterais modulares, que permite diferentes ocupações do espaço. Também teremos uma galeria de arte e reabriremos o teatro que temos no andar de cima, que será um cabaré. Em 2023, antes da reforma, estávamos com uma taxa de ocupação do espaço de 93% de sua capacidade, e queremos garantir uma programação da maior qualidade para esse público”, celebra o diretor do teatro, Rafael Raposo. 

Serviço: Temporada: de 5 a 28 de fevereiro de 2025 / Dias e horários: quarta a sexta-feira, às 20h / Teatro Glaucio Gill: Praça Cardeal Arcoverde, s/nº Copacabana / Classificação Etária: 14 anos / Venda de ingressos: IMPLY

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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