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David Lynch é homenageado com mostra cinematográfica no CCBB

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A Cinemateca do MAM e o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro anunciam a continuação da parceria de programação dedicada ao mundo do cinema em todas as suas épocas, origens, gêneros e expressões. Após três meses de sessões lotadas, o projeto Cinemateca do MAM no CCBB volta a partir do dia 29 de janeiro de 2025, com uma homenagem ao diretor norte-americano David Lynch, morto no último dia 15 de janeiro.

A programação especial para as salas do CCBB seguirá até setembro deste ano. Com curadoria de Ruy Gardnier, a mostra sobre David Lynch (1946-2025) revisita sua obra. Cineasta, roteirista, produtor, artista visual e músico, revolucionou as relações entre cinema e televisão, e criou um imaginário visual em que a candura da cidade pequena estadunidense dos anos 1950 contrastava com o horror absoluto da violência que vinha dela mesma. Seu primeiro grande projeto foi Eraserhead (1977), um filme experimental sobre ansiedade paterna. O sucesso artístico do título permitiu que Lynch fizesse em seguida seu primeiro filme hollywoodiano: O homem elefante (1982), que acabou indicado a oito Oscars. 

É Veludo azul (1986), no entanto, que dá facetas definitivas ao estilo de Lynch, incorporando a seu cinema elementos do noir e do suspense hitchcockiano, e encontrando a semente do mal no meio da mais pacata cidadezinha dos EUA. 

Junto com o roteirista Mark Frost, Lynch adapta sua visão de mundo para a TV na pioneira série Twin Peaks (1990-91) que, por trás da intriga do whodunnit, criava um universo perturbador, atmosférico e denso, sem paralelo no mundo. Foi efetivamente o primeiro autor de séries de tv. No mesmo ano de Twin Peaks, Coração selvagem ganhava a Palma de Ouro no Festival de Cannes. 

Mas é sua obra posterior que o leva ao panteão da arte cinematográfica. Estrada perdida (1997) e Cidade dos sonhos (2001) dão nó na cabeça do espectador e afirmam a autonomia da cena em relação à trama, criando um universo em que a lógica linear é ultrapassada e dela brotam seres fantásticos, impossíveis, maravilhosos. A trama agora é apenas o pretexto para figuras oníricas e surreais, encanto e horror. 

Twin Peaks: O retorno, de 2017, carrega essa radicalização para a TV e novamente Lynch revoluciona a série televisiva produzindo uma obra fragmentada e vanguardista que encantou tanto quanto desorientou. Hoje, o termo lynchiano se estende do cinema às artes visuais, dominando o mundo. Uma obra dessa envergadura merece ser vista numa tela de cinema, e parte substancial dessa trajetória poderá ser vista nessa homenagem.

A mostra gratuita “Homenagem a David Lynch” exibe, entre quarta (29) e sexta-feira (31), nove trabalhos do diretor.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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