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Critics Choice Awards: Conheça os vencedores

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Antes de mais nada, é preciso que algo seja esclarecido: a cerimônia do Critics Choice Awards foi adiada devido aos incêndios em Los Angeles, por quase um mês em cima da data original, que seria dia 12 de janeiro. Vários adiamentos deram lugar a uma cerimônia esvaziada ontem à noite, dia 6 de fevereiro, onde provavelmente os artistas já tinham fechado compromissos anteriores. O que isso tudo acarreta na premiação que assistimos? Com a votação encerrada no dia 10 de janeiro, a base dos resultados assistido está ligeiramente defasada, já decidida há um mês atrás. De lá pra cá, tantos cancelamentos aconteceram, que fica difícil imaginar que o resultado de sua votação seria o mesmo hoje. 

Isso tudo para falar de uma noite pontualmente cheia de diferenças cabais para o que deve acontecer daqui pra frente, em vitórias pouco usuais e momentos com algum grau de desconcerto. O grande vencedor da noite, por exemplo, temos como dizer que foi Emilia Pérez ou Wicked ou A Substância? Os dois musicais ganharam 3 prêmios cada, assim como o terror feminista, mas nenhum deles ganhou a categoria principal. Ainda assim, foram sim os que saíram com a maior quantidade de troféus – o primeiro com três óbvios, filme internacional, atriz coadjuvante para Zoe Saldaña e canção, o segundo com os dois esperados de figurino e direção de arte, e um chocante de melhor direção para Jon M. Chu, e o terceiro também com dois esperados, melhor maquiagem e melhor atriz, e a surpresa positiva de roteiro. 

Tendo em vista a popularidade decrescente do filme de Jacques Audiard, e da ausência de Wicked na categoria de direção do Oscar, podemos dizer que tais momentos não irão se repetir de maneira quase garantida. Mas Emilia Pérez não foi desclassificado de categoria nenhuma, e com certeza terão analistas dizendo que esse será o pulo do gato da adaptação da Broadway na categoria principal dos prêmios da Academia hollywoodiana. Não creio nessas teorias, mas sim de que esse é um resultado antigo do ponto de vista do ‘hype’, que passou para ambos. Ainda que os dois consigam ganhar dois Oscars cada, ou mesmo mais um técnico também para cada, não vejo força para que tais títulos cheguem de forma séria às próximas premiações. Quanto a A Substância, não se pode negar que ele está no melhor momento da corrida – precisamos conferir até quando esse momento dura.

A categoria mais importante da noite foi entregue a um filme que saiu da festa com apenas esse prêmio – Anora, o filme de Sean Baker que era dado como morto, e ressurge das cinzas para dizer que seu momento pode ainda não ter se esgotado. Porque os prêmios para os musicais podem ser vistos como ultrapassados e o do vencedor da última Palma de Ouro em Cannes não? Porque existe uma antipatia natural que nasceu nas duas últimas semanas contra Jacques Audiard, Karla Sofia e Gascón e futuras vitórias do filme, e porque Wicked é um filme que é tratado como um produto blockbuster inofensivo. Já Anora, foi o grande vencedor dos prêmios da crítica americana nas categorias de melhor filme, melhor roteiro original e melhor atriz, para Mikey Madison, logo sua candidatura, que estava adormecida, pode acordar a qualquer momento de novo. Terá sido o caso?

Entre as categorias de interpretação, nada de novo: Adrien Brody, Demi Moore, Zoe Saldaña e Kieran Culkin confirmaram suas vitórias no Globo de Ouro. Nossa Fernanda Torres não tinha sido indicada aqui, ou seja, não foi derrotada; a vida de Ainda Estou Aqui não está encerrada. O que deixa aberto o único confronto direto entre Torres e Moore, acontecendo dia 2 de março, na cerimônia de entrega do Oscar. Será apenas nesse momento que essa “rivalidade” será testada. De qualquer maneira, as repetições das vitórias anteriores do quarteto – e os homens ainda foram os grandes vencedores da crítica em suas categorias – encaminham muito bem seus nomes para o BAFTA e o Sindicato dos Atores, ainda que esse segundo vá ter pouca influência esse ano, já que será anunciado após o fim do período de votação da Academia. 

Ainda assim, o que fica são as tendências que se formam. Por exemplo, o troféu de roteiro original entregue a Coralie Fargeat por seu A Substância é uma prova de que o filme está no caminho certo para se erguer nessa categoria que tem a sua cara, motivando Anora a um fim dúbio – conseguirá repetir o feito de ontem e levar apenas melhor filme?, ou terá ainda chances na categoria de roteiro?, ou sairá ele sem nada nas premiações futuras? A ansiedade para os próximos passos perdura. 

Outro setor que precisa ser olhado é a categoria de direção. Adrien Brody levou o prêmio de protagonista por O Brutalista, logo Brady Corbet, seu diretor, poderia ter levado esse prêmio, certo? O caminho para esse prêmio bizarro parece passar pelo fato de que pode não haver um interesse tão grande assim em premiá-lo. Qual a saída para esse possível desagrado então? Fechar Anora em filme e direção? Colocar um novo resultado em mãos femininas, no caso Fargeat? Ou enfim acatar Corbet mesmo, e seus desafios no Panavision? 

Aguardar os próximos prêmios em uma temporada tão animada e aberta é o que podemos fazer, porque a verdade é que pelo menos uns 4 filmes podem ganhar o Oscar de melhor filme ainda, por inúmeros motivos: ConclaveO BrutalistaWicked (sim, o próprio) e o ressuscitado Anora. Estou colocando momentaneamente Um Completo Desconhecido de lado, inclusive por ter saído de mãos abanando hoje. Emilia Pérez parece viver um declínio incontornável, e A Substância está no canto oposto do ringue, mas me parece bastante improvável sonhar com ele na categoria maior. Se Duna: Parte 2 Nickel Boys estão satisfeitos com seus lugares, o que podemos dizer acerca de um certo filme pequenino, brasileiro, guerreiro brabo, que chegou até a reta final? Sonhar é de graça. E se a noite de hoje foi de observar os sonhos alheios, não custa nada ter mais um mês de esperança. 

VENCEDORES DO 30o. CRITICS CHOICE AWARDS:

FILME: Anora 

DIREÇÃO: Jon M. Chu, Wicked

ATOR: Adrien Brody, O Brutalista 

ATRIZ: Demi Moore, A Substância

ATOR COADJUVANTE: Kieran Culkin, A Verdadeira Dor 

ATRIZ COADJUVANTE: Zoe Saldaña, Emilia Pérez

ROTEIRO ADAPTADO: Peter Straughan, Conclave 

ROTEIRO ORIGINAL: Coralie Fargeat, A Substância

FILME INTERNACIONAL: Emilia Pérez 

ANIMAÇÃO: Robô Selvagem 

FOTOGRAFIA: Nosferatu

MONTAGEM: Rivais

TRILHA SONORA: Rivais

DIREÇÃO DE ARTE: Wicked

FIGURINO: Wicked

MAQUIAGEM: A Substância

EFEITOS VISUAIS: Duna: Parte 2

CANÇÃO: ‘El Mal’, Emilia Pérez

ATRIZ/ATOR JOVEM: Maisy Stella, Meu Eu do Futuro

FILME DE COMÉDIA: A Verdadeira Dor Deadpool & Wolverine (empate)

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