- Publicidade -

O Último Azul: Distopia com Denise Weinberg e Rodrigo Santoro dispara em prestígio na Berlinale 

Publicado em:

Definido como um “river movie” e classificado em solo alemão como se fosse a mescla de “The Straight Story” (de David Lynch) com Bye Bye Brasil, a aventura O Último Azul, do pernambucano Gabriel Mascaro, ganhou uma ovação em sua projeção pela manhã deste domingo na Berlinale, onde concorre pelo Urso de Ouro. Denise Weinberg, sua protagonista, desponta como favorita ao prêmio de Interpretação no festival.

O Último Azul

 “O etatismo não pode ser uma paralisia. O próprio Nelson Rodrigues dizia: ‘Envelheçam’. E quem é curioso, e tem curiosidade sobre a vida, envelhece mais devagar”, disse Denise ao Rota Cult, na capital alemã, onde o longa-metragem é tratado como um achado da nova curadoria, assinada pela americana Tricia Tuttle. Aliás, Rodrigo Santoro conta que não havia visto o filme quando pisou em terras germânicas. “Deixei pra ver na telona do festival”, disse o ator, que lembrou ao Rota Cult de estar já na casa dos 50 anos, um dado de peso para uma produção que debate idade. Ele completa, “Não se deve medir o valor de um ser humano pela produtividade, mas é isso o que acontece no mundo”.

Laureado com o Prêmio do Júri dos Horizontes de Veneza, há dez anos, com Boi Neon, Gabriel Mascaro deu a Santoro o papel de um barqueiro de coração partido. Cheia de elementos de realismo mágico, a trama de O Último Azul flerta com a estética da distopia. No enredo, o governo brasileiro passa a transferir idosos para uma colônia habitacional para “desfrutarem” seus últimos anos de vida em isolamento. Antes de seu exílio compulsório, Tereza, uma mulher de 77 anos (vivida por Denise em colossal atuação), embarca em uma jornada para realizar seu último desejo: ter dignidade… para com ela ser livre.

“A personagem tem história e tem futuro”, disse Mascaro ao Rota Cult. “Rodei o filme com mais de 20 atores da Amazônia, que tem tudo para fazer um cinema cada vez mais forte”.

O Festival de Berlim segue até o dia 23 de fevereiro, sendo que, na véspera dessa data, o júri presidido pelo cineasta Todd Haynes anuncia os ganhadores dos prêmios oficiais (Ursos de Prata) e do troféu principal, o Urso dourado. “O Último Azul” se lança na dianteira da briga pelas láureas por sua originalidade ao abordar o etarismo, construindo um Brasil futurista, fictício, com regras próprias e toques de realismo mágico, como o caracol da baba azul, cujo visco dá clarividência a quem pingá-lo nos olhos.

O único concorrente forte de O Último Azul até aqui é Dreams, do mexicano Michel Franco, sobre um bailarino imigrante com risco de deportação apesar da carreira exitosa em San Francisco, onde vive uma tórrida paixão com a rica mecenas de uma fundação. Jessica Chastain é quem assume esse papel.

“Gosto de papéis que levem a plateia ao debate”, disse a atriz americana à Berlinale, que desfila seus concorrentes até quinta.

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -