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“A Cabeça de Yorick” pela primeira vez no Rio de Janeiro

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Na mais famosa tragédia de Shakespeare, Hamlet, a única cena cômica é a dos coveiros. Hamlet pega caveiras nas mãos e se depara com a de Yorick, que foi o bobo da corte e alegrou sua infância. A imagem que mais representa a tragédia do velho bardo é de Hamlet com caveira erguida. Ou seja, o momento da tragédia que ficou imortalizado no imaginário é exatamente aquele no qual a comédia está presente na tragédia. Em “A Cabeça de Yorick” os atores buscam uma inversão levantando imagens trágicas dentro do ambiente cômico. Em cena, três velhos palhaços dão sua visão sobre a morte pelo olhar cômico e crítico dos Parlapatões.

Para a montagem de “A Cabeça de Yorick, os Parlapatões Hugo Possolo e Raul Barretto se aliam a Nando Bolognesi, palhaço vindo da Cia. Do Quintal. Nando é um artista PCD, cadeirante (portador de ELA), e encara o desafio de abordar a temática da morte sob o provocativo ângulo da palhaçaria, envolvendo diferentes quadros cômicos, interação do público e também jogos de improviso.

Em diferentes quadros da peça, que têm uma sutil ligação entre si, os três atores se veem diante da perda e da finitude para buscar saídas, cujo ângulo de visão busca fugir do trágico ou que, ao menos, contenha alguma esperança. Os três circulam em variadas abordagens como a de uma palestra motivacional sobre a vida eterna até outro quadro que traz um compêndio de diferentes maneiras de se suicidar.

Em paralelo, a peça conta também os bastidores da primeira encenação da tragédia de Shakespeare, quando o comediante Kemp sai da companhia por achar sua participação pequena demais em Hamlet e tenta uma vingança contra o bardo.

Os três também centram fogo em seu lugar de fala, dando a visão masculina sobre os desafios de ser um homem sensível, ou melhor, um super-homem sensível… Ou ainda, um super-homem sensível, mas desconstruído!

Brincando com o sentido da vida, A Cabeça de Yorick coloca a todos, artistas e público, dentro de uma importante reflexão sobre que opções fazer diante dos desafios diários e todas as oportunidades de desistência que sempre nos são apresentadas. Sob o olhar de comicidade, nos coloca novas possibilidades, abrindo as esperanças por meio da alegria cheia de críticas.

Serviço Temporada: de 27 de março até 20 de abril de 2025 / Dias e horários: Quinta a domingo, às 20:30h. / Local: Sesc Copacabana – Mezanino. Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana / Ingressos na bilheteria / Classificação: 14 anos

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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