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“Absolvição” aborda o dilema da justiça pelas próprias mãos

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O monólogo “Absolvição”, com Andriu Freitas e direção de Daniel Herz, traz as confissões de um homem movido por um propósito obsessivo: caçar padres abusadores de crianças e fazer justiça com as próprias mãos. Com um enredo instigante, reviravoltas e revelações, o texto levanta questões profundas sobre ética e justiça, provocando o público a refletir: ele é um anjo vingador em uma missão divina ou simplesmente um assassino?

O texto original do irlandês Owen O’Neill e traduzido por Diego Teza, aposta em saltos temporais que revelam aos poucos as camadas desse homem atormentado. Para desenvolver o texto, o dramaturgo conta que entrevistou vários homens que haviam sido abusados na infância: “Todos se sentiam muito decepcionados, não apenas pela igreja, mas por todas as outras pessoas nas cidades e vilas que sabiam. Então levei isso muito a sério e tentei tornar os assassinatos dos padres o mais plausíveis possível”, conta O’Neill. Apesar de ter escrito há quase 20 anos, o dramaturgo diz que é um problema que não desapareceu. “Toda semana ouço falar de alguma criança que foi abusada”, revela.

Na montagem brasileira, Andriu Freitas se desdobra entre diferentes facetas de seu personagem, ora movido pela dor e pela memória de traumas passados, ora tomado pelo fervor de sua missão de justiça. O ator acredita que a peça não oferece respostas fáceis. “Pelo contrário, ela instiga o público a pensar sobre as instituições que deveriam nos proteger, sobre a dor que molda nossas escolhas e sobre os limites da ética e da lei”, comenta Andriu.

A direção de Daniel Herz conduz o espetáculo para fora do óbvio, trazendo soluções e movimentações cênicas que trazem uma bela plasticidade à peça, ao mesmo tempo que nos fazem enxergar as histórias narradas pelo polêmico personagem. “O texto lança uma provocação ao público que inevitavelmente vai sair do teatro tomado por essas perguntas. Também provoca um estado contraditório e me parece que é disso que são feitos os bons textos de teatro”, explica Herz. 

Sucesso em sua estreia no Festival Fringe de Edimburgo, a peça rapidamente conquistou a aclamação da crítica. Em seguida foi apresentada nos palcos de Nova York e Londres, chegando pela primeira vez ao Brasil, com montagem nacional.

Com um enredo impactante, “Absolvição” entrega uma performance intensa e visceral, em um espetáculo que promete não deixar ninguém indiferente.


SERVIÇO
“Absolvição” – monólogo
Temporada: 7 a 30 de março | sextas e sábados às 20h; domingos às 19h
Classificação etária: 16 anos | Duração: 60 minutos
Local: Espaço Abu – Nossa Senhora de Copacabana, 249, loja E – Copacabana
Ingressos via Sympla: https://linktr.ee/absolvicao.peca

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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