- Publicidade -

Scorpions privilegia o peso sem esquecer totalmente as baladas em retrospectiva no Qualistage

Publicado em:

Quando o Scorpions retorna ao Rio de Janeiro, a nostalgia é, certamente, inevitável! E não apenas por parte do público, em sua maioria acima dos 40, embora uma boa quantidade de jovens que certamente estariam no show do Twenty One Pilots tenha comparecido ao Qualistage na noite de feriado de Tiradentes.

Nesse encerramento da turnê brasileira de 2025 (que se iniciou em Brasília no Estádio mané Garrincha, seguindo para o festival Monsters of Rock no Allianz Parque em São Paulo), o vocalista Klaus Meine chamou a Cidade Maravilhosa de “casa” e sempre puxava lembranças do primeiro Rock In Rio, ocorrido há 40 anos. Aquela apresentação marcou os músicos, que ainda voltariam ao festival na edição de 2019, e consolidou a banda alemã entre as mais populares no Brasil, que já tinha alta rotação nas rádios com “Still Loving You”, que integrava a trilha internacional da novela das 20h, “Corpo a Corpo.

Scorpions

Todavia, nesse show que faz parte da turnê comemorativa de 60 anos da banda, as baladas não foram o foco. Foi um show de classic Rock eletrificado, com solos de guitarra, de bateria, riffarama e uma certa virtuose. Quem foi à casa de shows na Barra da Tijuca na noite fria de segunda-feira para ouvir música lenta e radiofônica teve que esperar. Já os fãs de primeira hora se esbaldaram do início ao fim. 

Quando as luzes do Qualistage se apagaram às 22h07, um vídeo de retrospectiva das seis décadas de Scorpions era exibido no telão, incluindo o Rio entre os diversos lugares por onde a banda passou. No final, a frase “E agora está voltando para casa” deixou a plateia em polvorosa antes da entrada dos integrantes iniciando os trabalhos com a sugestiva “Coming Home”. Como se trata de uma turnê comemorativa, o repertório se concentrou entre 1974 e 1990, a fase áurea do conjunto de Hanôver.  Daí, apenas uma música do mais recente trabalho, “Rock Believer”, de 2022, apareceu no setlist. “Gas In The Tank”, que abre o álbum, foi a segunda da noite, seguida de “Make it Rea”l, de 1980, retomando a viagem no tempo.

Mas se engana quem pensa que o quinteto jogou no seguro durante todos os 102 minutos. Com todo um catálogo à disposição, trouxeram de volta “Loving You Sunday Morning”, do álbum “Lovedrive” (1979), que marcou a entrada de Matthias Jabs na banda. A faixa foi retomada nesta tour brasileira após 10 anos de ausência ao vivo. E também não poderia faltar aquele medley setentista remontando à fase com “Uli Jon Roth” (1973-1978), que inclui “Top of the Bill” e “Steamrock Fever. 

As baladas começaram a aparecer ali pelo meio do show (e não foram muitas). A primeira foi “Send Me An Angel”, do álbum “Crazy World”, de 1990, que Meine dedicou a Freddie Mercury, depois de lembrar da honra que foi fazer parte do mesmo line-up que o Queen no RIR 85. Na sequência, a segunda, do mesmo disco, e também o maior hit daquele lançamento, “Wind of Change”, acompanhada em uníssono pelo público. Já a que todo mundo queria ouvir ficou para o bis. “Still Loving You” ficou de fora da apresentação de Brasília, mas retornou no Monsters of Rock e entrou no bis do show no Rio, entre “Blackout” e o hino “Rock You Like” a “Hurricane”, que fechou a noite. Porém, outras músicas lentas como “Holiday” e “Always Somewhere, por exemplo, não tiveram vez.

O Scorpions segue em boa forma. Rudolf Schenker, guitarrista fundador da banda, único remanescente da primeira formação de 1965, parece um garoto, do alto de seus 76 anos. Matthias Jabs, que chegou 13 anos depois, e já estava presente no Rock In Rio 1, também parece ter passado incólume pela ação do tempo, o que, infelizmente, não aconteceu justamente com o vocalista. Klaus Meine, também com 76, assim como Schenker, sofre com uma certa limitação de mobilidade e a voz não é mais a mesma, embora não chegue a comprometer. O treino vocal intenso com um especialista em Viena após perder a voz em 1981 foi tão eficaz que lhe deu uma amplitude vocal maior do que a que tinha anteriormente, e isso sem dúvida o favorece até hoje. O baixista polonês Paweł Mąciwoda, na banda desde 2004, é o mais jovem, tem 58 anos, e segue bastante entrosado, assim como o baterista Mikkey Dee, que, apesar de ter sido o último a ingressar (em 2016), tem um currículo que inclui lendas como o Motörhead e King Diamond. Ele aparenta já estar totalmente recuperado da infecção sanguínea que fez a banda cancelar shows no início do ano, devido à internação hospitalar de três semanas a que o músico precisou se submeter. No entanto, após um intenso solo de bateria, ele precisou se poupar, e seu filho Marcus assumiu as baquetas nas faixas “Tease Me Please Me” e no sucesso “Big City Nights.

No Rio, o Scorpions tinha a plateia nas mãos. O Qualistage estava ávido para embalar nas guitarras vigorosas e soltar a voz nesse show que foi somente para eles (no Rock In Rio 2019 se apresentaram após o Iron Maiden que seria a última atração mas pediu para mudar a ordem), o que faz a diferença. Quem foi em uma das outras datas dessa passagem pelo Brasil sentiu falta do enorme escorpião inflável no meio do palco. Provavelmente pelas dimensões do local, diferentemente de São Paulo e Brasília, que tiveram o show em estádios. Mas foi apenas um detalhe. Esse novo capítulo da história de amor entre o Rio e o Scorpions teve a beleza e a emoção determinada no script. 

Confira o setlist da noite:
Coming Home
Gas in the Tank
Make It Real
The Zoo
Coast to Coast
Medley 70’s
Bad Boys Running Wild
Send Me an Angel
Wind of Change
Loving You Sunday Morning
I’m Leaving You
Jam de baixo e bateria e solo de bateria
Tease Me Please Me
Big City Nights
Bis:
Blackout
Still Loving You
Rock You Like a Hurricane

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -