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“O Filho da Rainha e A Mãe do Rei” , de Cassio Scapin, estreia no Teatro Vannucci

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Propondo um mergulho sensível e crítico nas tensões do poder, a partir da emblemática relação entre Dona Maria I e Dom João VI, figuras centrais da história de Portugal e do Brasil colonial, “O Filho da Rainha e A Mãe do Rei” chega ao Rio de Janeiro, no Teatro Vannucci.

O Filho da Rainha e A Mãe do Rei” é dirigido por Cássio Scapin,com Luísa Ortigoso e Beto Coville, no elenco, interpretando mãe e filho em um embate que atravessa questões de afeto, loucura, poder e patriarcado. Com texto denso e encenação precisa, a peça revela as pressões e contradições vividas por figuras públicas em meio às exigências do trono e da família, traçando paralelos com os conflitos da nossa contemporaneidade.

A dramaturgia de Cássio Junqueira propõe um olhar crítico e contemporâneo sobre a relação entre Dona Maria I e Dom João VI, figuras emblemáticas da história de Portugal e do Brasil. A peça parte do vínculo entre mãe e filho para refletir sobre temas universais como o poder, o patriarcado, a desigualdade de gênero e as tensões familiares que atravessam séculos — do trono à vida cotidiana, da realeza à plebe.

Ao trazer à cena personagens tradicionalmente caricaturadas no imaginário popular — a rainha louca e o rei comilão —, o texto mergulha no lado humano e vulnerável dessas figuras, revelando suas fragilidades, conflitos internos e complexidades emocionais. A rainha, vista como insana por muitos, é resgatada como símbolo das dificuldades enfrentadas por mulheres que ousam ocupar espaços de decisão em sociedades dominadas por homens. Aliás, a peça evoca a biografia de Maria I, e conta outras histórias de mulheres no poder, atualizando o debate sobre a forma como o comportamento feminino ainda é julgado com severidade.

Além disso, encenação valoriza o texto e as nuances da atuação. O diretor destaca o jogo entre o que é institucional e o que é íntimo, desafiando os atores a transitar entre a figura pública e a pessoa real. Essa dualidade é o motor da montagem. Para Luísa Ortigoso, que interpreta a rainha, a complexidade da personagem vai além da representação histórica: envolve a mulher, a mãe, a figura de autoridade em um universo masculino. A atriz portuguesa, que pisa pela segunda vez nos palcos brasileiros, se interessou especialmente pelas camadas simbólicas da personagem.

Beto Coville, que vive Dom João, constrói seu personagem a partir de dilemas psicológicos profundos: a comparação constante com o irmão mais velho, o casamento infeliz e o peso do trono. Sua abordagem busca sensibilizar o público, provocando identificação e empatia. Para o ator, a humanização dessas figuras gera um efeito de redenção e comoção que ultrapassa o contexto histórico.

A peça também convida à reflexão sobre o momento atual, ao lembrar a vinda da corte portuguesa ao Brasil em contraste com os fluxos migratórios contemporâneos, que seguem o caminho inverso. Scapin acredita que revisitar esse passado pode iluminar aspectos do presente. “É uma história que precisa ser compreendida por diversos ângulos, mas jamais esquecida”, afirma o diretor.

Serviço: Temporada: De 26 a 29 de maio, segunda e terça, às 20h, quarta e quinta, às 17h. / Teatro Vannucci (Rua Marquês de São Vicente , 52 – 3º andar Loja 371) / Ingressos:   https://bileto.sympla.com.br/ / Classificação: 10 anos. / Acessibilidade: O Teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida na plateia.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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