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Premonição 6: Laços de Sangue – A morte é implacável

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A mensagem que Premonição 6: Laços de Sangue passa é a mesma há vinte cinco anos, desde a estreia da franquia viva todos os dias da sua vida como se fosse o último, porque um dia será mesmo. Se passarmos todo o tempo com medo do próximo passo e deixarmos a obsessão com a morte nos consumir, nada mais será feito. Talvez aqui isso soe mais explícito, talvez há muito tempo não ouçamos essa parábola, o certo é que bate um sentimento de nostalgia ao ouvi-lo – o mesmo sentimento que faz a roda de Hollywood girar, cada vez mais. O resultado é a expectativa altíssima nas bilheterias desse reencontro com a produção, que os produtores farão de tudo para aplacar nos espectadores. 

A dupla Zach Lipovsky e Adam B. Stein dirigem esse novo capítulo depois de um hiato de quatorze anos, que parecia ter encerrado a série com chave de ouro, em um de seus melhores exemplares. Premonição 6 é o primeiro filme da série a ganhar um subtítulo e, provavelmente (como conhecemos os poderosos do cinema), acena para um campo imenso de novas possibilidades, que virão com os altos números de arrecadação aqui. Independente do futuro, o resultado dos meninos é pra lá de eficiente, que não deixa nada a dever aos melhores títulos de um grupo de filmes cuja irregularidade era compensada pela catarse que cada um deles provoca em seu público. 

A ideia, desenvolvida a seis mãos, é a de um modelo ancestral, que atravessou eventos dos últimos 60 anos, e que continuam interligando os personagens de seus episódios, em separado ou coletivamente. Afinal, a dona Morte não deixa ninguém para trás e é impossível de ser enganada. Nesse contexto, nos anos 60, uma jovem grávida está prestes a viver um dos melhores dias de sua vida quando prevê uma tragédia de proporções agigantadas; acreditem, a maior de todas da série. E talvez por isso mesmo, a que pode ter dado origem a todas as outras, em uma cena impressionante sob todos os pontos de vista, porque engloba uma quantidade de momentos de diferentes tipos de horror, quase que homenageando a série inteira apenas na sequência inicial, que será a mais marcante. 

Todos os personagens do núcleo principal são construídos com muito carisma, e isso é o que pode melhor ser feito por Premonição 6; desse jeito, cada cena não parece um novo cadáver a ser empilhado, e sim uma micro tragédia real. Para isso, a duração da produção não economiza para que nos envolvemos com o todo – são quase duas horas de tensão e apreensão. Dessa vez, temos um mapa das mortes, ou seja, sabemos exatamente qual será a ordem dos acontecimentos – será? Estamos diante, acima de tudo, de um filme de terror que sempre buscou grandes proporções porque parte de tragédias coletivas, e aqui isso não é esmorecido. São agora personagens de uma mesma família que precisam proteger-se do Mal Maior. 

Essa é a maior qualidade, e passa também a ser o principal defeito da narrativa de Premonição 6: Laços de Sangue em determinado momento. Afinal, não estamos diante de um núcleo familiar sendo dizimado? Por mais que exista um modelo a ser seguido dentro da produção, a partir de certo ponto, o sofrimento é sublimado das imagens, e alguns personagens simplesmente passam a não aparecer mais. É injusto com o que é desenhado e com as linhas de pensamento de um modo geral, mas é também conveniente com o ritmo de um filme de terror, que precisa encerrar seu roteiro e não apenas engrandecer seu entorno. Acaba, então, por cair em contradição ao não permitir que tais questões afetem o espectador para além das imagens e do choque de seus resultados. 

O que não podemos acusar Premonição 6: Laços de Sangue é da ausência de catarse, ou como fomos acostumados, procurar incessantemente o momento da virada para a tragédia, que acontece em um gatilho muito particular. Existe uma passagem dentro de um hospital que é especialmente bem azeitada, e nos lembra o quão divertido é acompanhar os eventos que a série se acostumou a desenvolver de maneira tão efetiva. Para quem tem ansiedade e certas fobias (de altura, por exemplo), o que Stein e Lipovsky desenvolvem aqui ultrapassa as raias do incômodo por muitas vezes, o que acaba também garantindo o que há de melhor em uma série que parecia encerrada… e que volta com fôlego para angariar mais do que jamais tinha feito anteriormente. 

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