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“Cabaré Máquina: O Sonho Contra-Ataca” no Teatro Café Pequeno, no Leblon

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“Cabaré Máquina: O Sonho Contra-Ataca”, espetáculo dirigido por Julia Limp, que mistura música, humor, estética futurista e crítica social em uma experiência irreverente e profundamente atual. A montagem propõe uma festa em meio ao fim do mundo — onde rir, dançar e pensar são atos de resistência.

Encenado por Maria Clara Migliora e Tamie Panet (que também assina a dramaturgia e direção musical), com participação de convidados especiais, o espetáculo não segue uma narrativa linear, mas sim a lógica do cabaré: uma sucessão de números autônomos, que incorporam paródias musicais, lip-syncs, improvisos e jogos com a plateia. A música, segundo as criadoras, é o eixo da encenação, conduzindo o público por diferentes atmosferas — do romance ao nonsense, da crítica ao delírio.

“A música está presente o tempo inteiro. Ela atravessa o espetáculo em muitas formas: tem paródia, versões de músicas gospel, sertanejas, românticas… Às vezes a música é o próprio número, outras vezes ela serve como transição entre cenas. É o que costura tudo”, explica Julia Limp.

Segundo as artistas, o cabaré é uma linguagem que permite liberdade total de criação, mistura de formatos e uma relação direta com o público. A plateia pode levantar-se, beber e interagir. “A gente gosta dessa atmosfera de noite, de festa, de espetáculo que convida à interação. A gente improvisa com tudo: com uma fala inesperada, com uma bandeja que passa, com um meme. Tudo pode virar cena.”, diz Tamie.

Com inspiração em realidades distópicas, cultura digital, memes, inteligência artificial e afetos, Cabaré Máquina fala sobre crise ambiental, machismo, relações entre mulheres e o avanço do agronegócio — tudo isso sem nunca perder o tom festivo e debochado. “Tem uma imagem que eu gosto muito”, comenta a atriz Maria Clara Migliora, “é como se a gente colocasse o dedo na ferida e logo depois fizesse rir. A gente quer provocar, mas também divertir”.

A narrativa nasce a partir de uma lógica de urgência e desejo, que atravessa o gesto artístico para além dos manuais e das cartilhas tradicionais. “A gente se guia pelo que pulsa. Às vezes é uma imagem, uma música, uma sensação. É um espetáculo sobre o agora, mas que tenta sonhar outros futuros.”, resume Tamie.

Esse futuro, aliás, é atravessado por tecnologia, redes sociais e a sensação de colapso que marca o presente. A criação se alimenta do absurdo da internet, da lógica de memes, da inteligência artificial e da estética do exagero.  “O espetáculo tenta traduzir essa sensação: de estar no olho do furacão, mas com leveza e humor”, diz Tamie.

Para o grupo, mais importante do que representar o apocalipse é abrir frestas e provocar o pensamento crítico, mas também o riso, o delírio, o sonho. Reafirmar a vida, apesar de tudo. “Não tem pretensão de resolver os problemas do mundo, mas talvez o teatro sirva pra isso: pra criar fendas, respiros, delírios. Pra lembrar que a gente ainda está aqui, com nossas humanidades e nossas loucuras.”, afirma Tamie.

Tudo acontece nesse ambiente desconstruído, onde não existe separação entre elenco e plateia, o que torna o espetáculo dinâmico e surpreendente a cada apresentação. “Não é um espetáculo de quarta parede. O público vê e é visto. E isso muda tudo. Cada apresentação é diferente”, diz Julia.

SERVIÇO: Temporada: De 06 a 15 de junho de 2025 (sextas e sábados às 20h, domingos às 19h / Local: Teatro Café Pequeno (Av. Ataulfo de Paiva, 269 – Leblon) / Informações: teatrocafepequeno.cultura@prefeitura.rio | @teatrocafepequeno.rio / Classificação indicativa: 16 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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