- Publicidade -

Planet Hemp anuncia turnê de despedida

Publicado em:

O Planet Hemp anunciou sua turnê de despedida que tem o título sugestivo de “A Última Ponta”. Serão ao todo dez datas entre setembro e novembro. Em coletiva de imprensa realizada em São Paulo, acompanhada online pelo Rota Cult, a banda esclareceu a decisão de encerrar as atividades e fez uma reflexão sobre o legado.

Logo no início do encontro, foi mostrado um vídeo fazendo uma retrospectiva da carreira e da repercussão da banda, tendo o anúncio do último ritual como narração. A banda conta que tem na cabeça que acabou o processo criativo de Planet Hemp. “Esse Planet Hemp tem uma energia que é só ali. Eu lembro que a gente tava fazendo um show na Fundição Progresso, eu tava chapadaço, dei um pulo e ficou tudo em câmera lenta. E eu comecei a pensar: ‘Eu tô com cinquenta e poucos anos, até quando eu vou conseguir pular assim dentro do Planet Hemp?’. Eu basicamente, para fazer uma metáfora, antes que eu me machuque caindo desse pulo, é melhor parar aqui. A ideia de parar é porque realmente a gente acha que o ciclo se fechou e se vai voltar eu acho muito difícil. A gente é meio cabeça dura em relação a decisões, conta  BNegão.

 

Perguntado sobre a sensação de chegar a “última ponta”, Marcelo D2 respondeu, Nessa banda nos anos 90 todo mundo sonhou em participar de um movimento que na verdade a gente nem sabia o que era, mas foi atrás e acabou virando O movimento. A gente não só fez parte como fez o movimento acontecer. É um momento de falar: ‘a gente precisa dar uma parada, a gente já fez o que tinha que fazer dentro do Planet Hemp’. Eu e Bernardo falamos: ‘vamos fazer os últimos quatro meses de Planet Hemp!’. Tenho orgulho muito grande e é esse orgulho que leva a terminar a banda. E tudo bem acabar, porque essa honra de ter feito 30 anos de banda e sacudir do jeito que a gente sacudiu a sociedade e o mercado. Todo mundo na banda é uma cabeça muito pensante e isso é motivo de muito orgulho”.

BNegão lembra que a princípio houve um “vai não vai”. “E aí, quando a gente decidiu, acho que tem uma energia clássica, a gente tava falando lá dentro sobre isso, né. Uma energia diferente, que não é aquele final acidental clássico, né”. “Um gurufim”, interveio D2, “Exatamente, um gurufim. Da descendência africana, que a galera comemora, desde a galera que dança pra ir para a guerra, que dança para comemorar a colheita e dança para comemorar o final do ciclo. Isso que tá no gurufim, que tá em New Orleans. Que é o esquema clássico da fita amarela”.

Em tom bem-humorado, D2 comentou que o Planet já está para acabar há 30 anos. BNegão lembra que ninguém achava que iria adiante. Lembraram da morte de Skunk (membro fundador do Planet, morto em 1994, vítima do HIV), e que seguiram com a banda em homenagem a ele. A respeito do que está sendo planejado, D2 declarou: “A gente vai contar a história da banda com esses nossos quatro discos. Tem uma coisa de muitas participações, o Planet sempre teve essa coisa de sempre ter muita gente envolvida. Desde eu e Skunk até Seu Jorge (que tocou percussão e fez com a banda sua primeira turnê internacional), Pitty e tantos amigos”. “Eu entrei na banda dessa forma”, interveio BNegão.

“A gente quer celebrar esses feats famosos e não famosos, que fizeram parte dessa história do Planet. Então acho que esses shows vão ter muitas participações, e é muito legal porque a gente se sente muito honrado, sabe?” continuou D2. “A gente tocou fim de semana passado no João Rock, e o Seu Jorge saiu do palco dele correndo para participar do nosso. O Baiana System tava indo para a Austrália, ficou lá. A gente se sente muito honrado desses amigos fazerem de tudo para participar do show. Tenho certeza de que esses shows vão ter essa energia também. Como é um show de encerramento de ciclo, é meio estranho falar isso, mas a gente vai acabar a banda, e aí a gente quer fazer um show longo, são shows em estádio, tem essa coisa de ser um show maior. O Ganja deu uma ideia de incorporar músicas desses convidados no nosso próprio show. A gente fez isso com a Pitty no último Rock In Rio, a gente tocou música das Mercenárias. Além de esses convidados tocarem com a gente, é lógico que a gente vai passar os hits desses quatro discos, sabe?”, revelou o frontman.

Sobre o legado que fica, D2 diz que o Planet pagou por ser uma banda cheia de ideologia e quer continuar isso, como uma banda que acredita no que faz. “Isso aqui não é uma empresa, é uma banda, uma banda de rock que a gente deu nossa vida por isso. E é legal estar junto aqui e falar vamos terminar esse ciclo, vamosterminar a banda com uma turnê do jeito que a gente nunca fez, com o suporte e com toda essa estrutura que a 30E (produtora de Titãs Encontro e Tempo Rei, de Gilberto Gil) oferece para as turnês e para as bandas”. disse o vocalista.

“A gente erra para c@r@lh0, mas sabemos que nos tornamos artistas íntegros que acreditam muito no que fazem. Ainda corre na veia aquela sensação de que vai mudar o mundo, mesmo que o mundo continue uma merda (risos)”. “Mas demos nossa contribuição também”, comentou BNegão, que lembrou que quis fazer parte da banda.

Além disso, o empresário da banda, Marcos Passarini, que está há apenas três anos, lembrou da necessidade que a banda ter gravado um disco de inéditas depois de 22 anos, “Jardineiros”, que já tinha voltado a fazer shows desde 2012, mas vivendo de greatest hits. 

O grupo ainda falou da importância do Planet Help, para o povo preto. “A gente traz essa coisa, rap, rock. Rock é preto, né? As pessoas se esquecem, mas o rock é preto. O funk. Agente tem uma base nessa musicalidade porque todo mundo aqui cresceu ouvindo música preta, até os brancos da banda (risos). Então eu acho que, dentro do nosso DNA, a música preta foi o que nos trouxe até aqui. Quando eu e o Skunk pensamos em falar de maconha, o primeiro pensamento era sobre isso, a gente queria levar luz àquela comunidade, as favelas do Rio de Janeiro. Você pensam que hoje é violento? Anos 90 era muito violento, com as guerras de facção. E aquilo afetava o nosso povo. e a nossa intenção era essa. Acho que a grande contribuição era essa, jogar luz sobre aquele lugar que ainda é massacrado. A gente viu agora o Santo Amaro. Acho que Planet Hemp tem um legado para o povo preto, essa luz que a gente jogou sobre esse assunto. ò, tem gente morrendo aqui que não tem nada a ver com essa p0rr@. Acho que esse é o legado”. 

Além disso, BNegão considera importante falar de maconha pois está muitas vezes ligada a prisões por mais tempo do que o devido pelo fato de a pessoa estar portando a substância. “Eu já fiz trabalho em presídio de segurançamáxima. E o que eu vi lá de gente que não tinha que estar lá – preta, diz Marcelo – “maioria esmagadora”, replica BNegão. “E sempre a pessoa que estava com um restinho… Meu irmão, tá preso por vinte anos. Então falar de maconha do jeito que a gente fala é falar também sobre essas pessoas”. 

Perguntados sobre o porque de terminar agora, D2 diz que vem de uma linhagem de grandes contestadores, anos 60, guerra dos malês. Até seus vinte anos achava que não era ninguém no mundo e a comunidade hip-hop lhe disse o contrário. “O Planet Hemp é uma banda que gosta da ‘confrontabilidade'”, observa, endossado por BNegão.  

“Eu posso dar milhões de respostas mas a gente tá com o coração sentindo que tá na hora de parar. Acho que a gente fez um belo trabalho, tenho muito orgulho disso, a gente tem milhões de questões, mas a ideia de fechar os ciclo”, concluiu BNegão.

D2 ressalta que os trabalhos em carreira solo seguem em frente e suas vozes continuarão ecoando. Mas essa é a última oportunidade de assisti-los como banda. BNegão ressaltou que eles preferem acabar de forma pontual a ir desvanecendo. Segundo ele, a ideia é ter participações que serão anunciados com anda da carruagem. D2 diz que quer convidar mais influenciados como Major RD e influências como DeFalla e o caso das Mercenárias.

SERVIÇO:
Planet Hemp – A Última Ponta
Realização: 30e 

PORTO ALEGRE
Data:
 4 de outubro de 2025 (sábado)
Local: KTO Arena – Av. Severo Dullius, 1995 – Anchieta, Porto Alegre – RS
Vendas online em: eventim.com.br/planethemp

RIO DE JANEIRO
Data:
 8 de novembro de 2025 (sábado)
Local: Farmasi Arena – Av. Embaixador Abelardo Bueno, 3401 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ
Horário de Abertura da casa: 16h
Vendas online em: eventim.com.br/planethemp

SÃO PAULO
Data:
 15 de novembro de 2025 (sábado)
Local: Allianz Parque – Av. Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca, São Paulo – SP
Horário de Abertura da casa: 16h
Vendas online em: eventim.com.br/planethemp

SALVADOR
Data:
 13 de setembro de 2025 (sábado)
Local: Concha Acústica – Av. Alberto Pinto, 11 – Campo Grande, Salvador – BA
Horário de Abertura da casa: 17h

Venda geral: 18 de junho, 12h (on-line e na bilheteria oficial) 
Vendas online em: www.sympla.com.br

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -