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“Encruzilhadas” celebra teatro de rua, política e delírio

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O espetáculo “Encruzilhadas ou Só o Zé expulsa o coisa ruim das pessoas” é mais do que uma peça, é um ritual cênico que celebra o legado de Zé Celso e do Teatro Oficina, reverberando brasilidade, política, espiritualidade e delírio nas ruas do Rio de Janeiro.

Com irreverência tropicalista, corpo político e alma ritualística, a trupe Estilhaça ocupa a casa do grupo “Tá na Rua” para reverenciar o legado incendiário de José Celso Martinez Corrêa, o “Exu das artes cênicas”. A montagem é uma gira poética e anárquica que atravessa o teatro brasileiro, com fragmentos de delírio, espiritualidade e resistência. Nascido dos subúrbios cariocas, o espetáculo celebra a encruzilhada como espaço de invenção, memória e afirmação da cultura popular brasileira.

A ideia do espetáculo nasceu do desejo urgente de performar artistas brasileiros, especialmente após a partida recente de Zé Celso.  “É uma maneira de torná-lo presente, vivo entre nós, ativo. Trazemos ele de volta numa gira cênica, festiva”, afirma Matheus Ranieri, diretor artístico do grupo. 

A montagem propõe uma dramaturgia fragmentada — como o próprio Brasil —, baseada em obras icônicas do Oficina, como Roda VivaO Rei da Vela e Cacilda Becker, entre outras. Cada eixo temático — político, espiritual, delirante — ajuda a construir uma experiência catártica que culmina numa grande farra popular.

A parceria com o “Tá na Rua” de Amir Haddad também tem um peso simbólico. A trupe suburbana ocupa pela primeira vez o Centro da cidade, em um espaço que é patrimônio imaterial do Rio de Janeiro. “Estarmos ali já é, por si só, uma vitória. É o nosso país em cena, é teatro como luta, é o sagrado e o profano se misturando”, diz Matheus. 

O título “Encruzilhadas” remete à ideia de caminhos múltiplos, à pedagogia do entre-lugares e ao sincretismo que marca a cultura brasileira. O subtítulo — “Só o Zé expulsa o coisa ruim das pessoas” — ironiza as pichações religiosas de tom intolerante e afirma o poder transformador da arte e da cultura popular. Zé Celso, chamado pelo grupo de “o Exu das artes cênicas”, é celebrado como entidade libertadora e símbolo de reinvenção constante.

Serviço: Temporada: 01 a 03 de agosto / Dias e horários: Sexta, às 19h, sábado às 16h e 19h, domingo às 16h e 18h / Local: Casa “Tá na Rua” Endereço: Avenida Mem de Sá, 35, Lapa / Classificação: 16 anos . / Ingressos  https://www.sympla.com.br/

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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