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“Frestas” celebra os 40 anos de trajetória da artista Renata Tassinari

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O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro inaugura, no dia 16 de julho, a exposição “Frestas”, que celebra os 40 anos de trajetória da artista Renata Tassinari.  Com curadoria de Felipe Scovino, será apresentado um recorte da mais recente produção da artista, em trabalhos que exploram a cor e a geometria, em diálogo com o espaço arquitetônico.

“A exposição apresenta um recorte da produção da artista com foco na geometria e nas situações intervalares que sua pintura objetual apresenta. A pesquisa em torno de uma forma que tende à não fixação, move suas obras para um lugar onde a cor e a forma tendem a idealizar uma ideia ou imagem da natureza”, afirma o curador Felipe Scovino.

A exposição terá cerca de doze trabalhos, recentes e inéditos, feitos sobre caixas de acrílico, que são pintadas por fora e por dentro, em cores diversas. As obras possuem formatos variados, sendo alguns em grandes dimensões, com tamanhos que chegam a 2,70m X 3,50m. Apesar de não serem feitas no suporte tradicional da tela, a artista chama as obras de pinturas. “Os trabalhos tem uma relação muito forte com a forma e com a cor, uma pesquisa que venho desenvolvendo há muitos anos. São pinturas, mas tem um caráter muito de objeto porque saem da parede e conversam com o espaço.”, afirma Renata Tassinari. 

Mesmo já trabalhando há bastante tempo com as caixas de acrílico, ao longo dos anos a artista foi criando novos formatos e trazendo novos elementos para as obras, como a madeira e, mais recentemente, o acrílico espelhado, que poderá ser visto em muitas obras da exposição. “Chamei alguns trabalhos de ‘Narciso’ por causa do espelho. O acrílico espelhado não é como um espelho no qual você vê exatamente a sua imagem, é uma imagem distorcida. A cor entra como um elemento fixo e mais rígido e o acrílico espelhado com esse movimento, com essa estranheza, trazendo uma imagem que não é exatamente clara”, ressalta a artista. 

A imagem refletida pelo acrílico espelhado é distorcida, tem movimento, como o fluxo de água de um rio.  “A cor nas obras de Tassinari corre. Mesmo concentrada, adquirindo um certo grau de espessura, a cor deseja o movimento. A estrutura de acrílico, preenchida de cor, longilínea e quebradiça condiciona um deslocamento. Há decididamente a imagem metafórica de um rio e não é à toa, portanto, que alguns títulos, mais uma vez, evoquem esse universo das águas”, diz o curador, referindo-se aos nomes de obras como “Marola” e “Ultramar”.  

A artista começou a trabalhar com as caixas de acrílico – que inicialmente eram usadas como moldura para seus desenhos – em 2002, com o intuito de ampliar a relação arquitetônica das obras com o espaço. No início, ela pintava apenas por cima das caixas, mas, com o tempo, começou a pintar também internamente. “Faço uma relação entre a cor e o brilho; a tinta acrílica vai por dentro e tinta a óleo vai por fora. Venho de uma tradição de pintura na tela de muitos anos e gosto de usar o óleo, pois acho que as cores são mais interessantes, gosto da textura, ela tem mais corpo, acho que funciona melhor”, conta a artista.  

As obras possuem diversos formatos, sejam horizontais, verticais, em L ou em cruz. Em algumas obras, como “Ultramar” e “Copacabana”, por exemplo, o acrílico espelhado entra como um elemento entre duas barras verticais, criando um espaço, um intervalo entre elas. Em outras, como “Marola”, o acrílico espelhado é completado por cores variadas. Já as obras em formato de L parecem ser parte de uma estrutura geométrica a ser completada. Desta forma, o nome da exposição – “Frestas” – tem a ver com essas questões, com o intervalo, com os espaços vazados. “Há esta ideia de fratura, da espera de uma espécie de complemento, sejam nas ‘Beiras’, seja na ‘Marola’ ou em ‘Narciso’. No caso de ‘Narciso’, esse complemento vem muito do espelhamento que o trabalho produz e, portanto, da relação do espectador que se vê dentro daquele trabalho. A geometria, de alguma forma, se alimenta daquele espectador, há um certo grau cinético”, ressalta o curador.

Para criar os trabalhos, a artista faz um desenho prévio, com as cores e formatos que deseja utilizar. “É um trabalho muito mental. Primeiro faço um desenho e depois mando executar no acrílico os formatos que quero. São feitos por parte, pinto todos por dentro e por fora e, quando estão prontos, monto diretamente na parede”, conta a artista. 

Serviço: 16 de julho a 22 de setembro de 2025 / Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro  (Sala A) Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – 1º andar – Centro / Classificação indicativa: livre / Ingressos disponíveis na bilheteria física ou pelo site do CCBB – bb.com.br/cultura.

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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