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“Medeia Carimbó” em cartaz no Teatro Cacilda Becker

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Medeia Carimbó” fica em cartaz no Teatro Cacilda Becker. Peça mistura tragédia grega, humor e dança para falar de exílios e resistências femininas.

Na trama, uma atriz paraense não consegue abrir um pote de comida antes do ensaio da peça “Medeia”. O gesto aparentemente banal se torna ponto de partida para um mergulho em dores, memórias e paralelos entre a vida dessa mulher e a da personagem da tragédia grega. 

Com dramaturgia de Ana Schaefer, direção geral de Cátia Costa, a montagem costura humor, música e a dança do carimbó para tratar de pertencimento, raiva e identidade. No palco, cinco atrizes dão corpo a uma narrativa que nasce da fusão entre a tragédia de Eurípides e o cotidiano de uma atriz que tenta se firmar artisticamente longe de sua terra. 

“Não lidamos diretamente com a história da Medeia clássica, mas com uma dramaturgia contemporânea e bem-humorada que discute as dificuldades de uma atriz do Norte no Rio de Janeiro”, explica Schaefer. “É na identidade com sua terra e no carimbó que essa mulher encontra sua força. O que poderia ser tragédia, aqui se transforma em dança.”

O carimbó, incorporado à encenação como linguagem cênica, aparece como elemento de resistência e afirmação cultural. A trilha sonora tem composições originais de Aline Castro, que também assina a direção musical. As canções — autorais, com letras criadas para o espetáculo — discutem com humor a junção entre Medeia e Carimbó, dialogam com os temas da narrativa. Já nas visualidades, a cenógrafa, figurinista e iluminadora Lara Aline propõe uma leitura contemporânea das saias rodadas do carimbó, misturando elementos simbólicos, como o sangue, e o pote que a personagem não consegue abrir.

A peça traz ainda um coro de vizinhas, que espiona a cozinha da protagonista e representa o senso comum carregado de preconceitos contra artistas e mulheres migrantes. Mas, ao longo da encenação, esse mesmo coro também é afetado pela força da dança e do humor da protagonista. 

A ideia do espetáculo surgiu em 2023, a partir de uma cena curta criada para a Ocupação Ovárias, mostra feminista realizada no Rio de Janeiro. Ana Schaefer apresentou o texto “A queda trágica de uma atriz que não vai fazer Medeia” e foi selecionada para integrar a “Categoria Experimenta”, que unia artistas que não se conheciam. Foi nesse encontro que ela conheceu Bárbara Vento e Ana Rosa, que trouxeram à cena o carimbó. Com o amadurecimento da proposta, a montagem foi contemplada pelo edital Pró-Carioca Linguagens, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, e ganhou corpo com uma equipe formada inteiramente por mulheres, liderada pela diretora Cátia Costa. 

Serviço Temporada: 25 de julho a 17 de agosto  / Dia/hora: sextas, sábados e domingos, às 19h30. / Local: Teatro Cacilda Becker Endereço: Rua do Catete, 338 – Catete / Venda online: Sympla / Classificação: 14 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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