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“O Papel de Parede Amarelo”, com Gabriela Duarte, estreia no Teatro PRIO

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O conto de Charlotte Perkins Gilman (1860-1935) tornou-se marco da literatura feminista por tratar do confinamento e da perda de identidade de uma mulher, silenciada através da medicalização da sua subjetividade, da negação de sua autonomia intelectual e do controle patriarcal exercido no ambiente doméstico.

Alessandra Maestrini e Denise Stoklos assinam a direção juntas. Segundo as diretoras Alessandra Maestrini e Denise Stoklos, o espetáculo é um manifesto, e vai além do aprisionamento da personagem: “Todos sonhamos com o desligamento das questões opressivas que o texto traz de formas metafóricas, mas que nós conhecemos em diferentes níveis na sociedade atual. É um espetáculo muito contemporâneo”, explicam.

Gabriela Duarte completa, “Eu queria fazer algo em que pudesse falar um pouco de mim e da minha busca por identidade”, conta a atriz, que se apaixonou pelo conto e o descreve como “extremamente simples, objetivo, lúdico e político”. E nele encontrou o que buscava: “Eu acho que quando uma mulher fala de si, ela acaba falando de todas. E é aí que o tema se amplia”. Aliás, para a atriz, esta não é uma conversa só de mulheres, mas uma oportunidade de abrir o diálogo e convidar os homens à reflexão. A peça é, certamente, política na medida certa, com toques de ternura e poesia.

A cenógrafa Márcia Moon criou uma prisão transparente: um ambiente minimalista e simbólico, representando tanto uma prisão invisível quanto um espaço de libertação. Diferentes tipos de papel interagem com o corpo da atriz. Fragmentos de papel amarelo caem lentamente sobre a personagem ao longo da ação, aumentando de tamanho e quantidade, e criando um ambiente opressor. Boa parte do texto surge em voz gravada da própria atriz, que contracena consigo mesma como se interagisse com as vozes dentro da sua cabeça.

Os figurinos de Leandro Castro buscam simbolizar as várias camadas de opressão sobre o corpo feminino, com referências a diversas culturas. A trilha sonora, a cargo de Thiago Gimenes, combina elementos acústicos com o universo eletrônico e dos games, remetendo à opressão contemporânea por meio das tecnologias e redes sociais. E o desenho de luz de Cesar Pivetti é pensado como mais um personagem da peça, com a capacidade de oprimir e libertar.

SINOPSE – A história se desenrola através dos olhos de uma mulher diagnosticada com depressão e histeria, forçada por seu marido, um médico, a se isolar em uma casa para evitar qualquer esforço físico ou mental. Durante esse isolamento, ela desenvolve uma obsessão com o papel de parede amarelo de seu quarto, um símbolo de sua crescente confusão mental e angústia.  

S E R V I Ç O: 08 de agosto até 21 de setembro / Local: Teatro I Love Prio / Jockey Club Brasileiro Av. Bartolomeu Mitre, 1110 / Ingressos em https://site.bileto.sympla.com.br/teatroprio/  CLASSIFICAÇÃO: 12 anos

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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