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“Olga” fará temporada no Teatro Vianinha, no Armazém da Utopia

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“Um encontro secreto está marcado entre as gerações passadas e a nossa”, a frase de Walter Benjamin é uma provocação para o público assistir a montagem de “Olga”, com direção de Luiz Fernando Lobo. A peça fará temporada no Teatro Vianinha, no Armazém da Utopia, na Região Portuária do Rio de Janeiro.

O elenco é composto por 13 atores do núcleo artístico da Ensaio Aberto, e Tuca Moraes interpreta Olga. J.C. Serroni (cenário); Beth Filipecki e Renaldo Machado (figurino); Cesar de Ramires (iluminação); Felipe Radicetti  (direção musical e trilha original) e Aninha Barros (produção executiva) encabeçam a equipe do espetáculo.

“Olga” inicia as comemorações de 15 anos da ocupação do Armazém da Utopia (que acontece no segundo semestre de 2025) com a triste curiosidade de que foi deste porto do Rio de Janeiro que Olga Benario Prestes foi deportada no navio La Coruña para a Alemanha.

A dramaturgia de Luiz Fernando Lobo foi feita a partir de longa pesquisa em arquivos brasileiros, europeus e americanos, em documentos primários. A Ensaio Aberto reabre arquivos, escava e traz à tona documentos que confrontam a história oficial. “Os documentos, mesmo os aparentemente mais claros, não falam senão quando sabemos interrogá-los”, diz o historiador Marc Bloch. E complementa:  “Nunca, em nenhuma ciência, a observação passiva gerou algo de fecundo. Olga é um exemplar da tradição do Teatro Documentário, que tem em Piscator e Peter Weiss seus precursores. A encenação realiza uma nova abertura da história ao apontar as contradições e camuflagens produzidas pela história oficial”.

Nascida em Munique, em 1908, Olga Benário Prestes militou no movimento comunista desde a adolescência, enfrentando desde cedo a repressão policial. Foi treinada como agente do Comintern (Internacional Comunista) em Moscou e, em missão política, veio ao Brasil nos anos 1930 com Luiz Carlos Prestes. Foi presa em 1936 e deportada com 7 meses de gravidez para a Alemanha de Hitler, por ordem de Getúlio Vargas, colaborador da polícia nazista. Foi assassinada, em 1942, numa câmara de gás do campo de concentração de Bernburg. Sua filha, Anita Leocádia Prestes, sobreviveu graças a uma mobilização internacional, liderada por sua sogra Maria Leocádia Prestes. Como diz a própria Anita Prestes: “Sou filha da solidariedade internacional”.

Comunista, judia, internacionalista e antifascista, Olga começou a militar com 16 anos. Era uma mulher de grande coragem e inteligência. Aviadora, paraquedista, exímia atiradora, exímia nadadora, amazona. Com 18 anos, entra na clandestinidade por realizar uma ação armada para libertar seu companheiro e mentor político, Otto Braun, de um presídio de segurança máxima. Vem para o Brasil como segurança de Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança. E em 05 de março de 1936, quando a polícia “estoura” o esconderijo dos dois, já casados, no Méier, ela se coloca na frente do marido e o salva de ser morto pela polícia de Getúlio Vargas. Ela foi assassinada, mas sua luta continua até os dias de hoje. 

Serviço
De 16 de agosto a 29 de setembro / Horário: sextas, sábados, domingos e segundas, às 20h
Local: Teatro Vianinha | Armazém da Utopia | Região Portuária / Abertura da casa 1h antes do início do espetáculo, com cota de ingressos liberados no dia
Classificação indicativa: 14 anos / Ingressos www.sympla.com.br/armazemdautopia

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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