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Exposição “O Canto da Vila” chega ao Museu da República

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A partir do dia 06 de setembro, o artista visual Mulambö apresenta a exposição “O Canto da Vila” no Museu da República. A exposição expande a versão exibida entre junho e julho, em Saquarema, cidade natal do artista, e ganha novos eixos temáticos, obras inéditas e uma ambientação sensível que entrelaça território, memória e identidade.

Com curadoria de Isabel Portella, a exposição propõe um mergulho afetivo por diferentes camadas simbólicas da vida do artista — entre o mar, a casa, os sonhos e a cidade reinventada.

Logo na entrada, o público é recebido por imagens devocionais de Nossa Senhora de Nazaré e Iemanjá, que compõem o Eixo Mães. A espiritualidade e a ancestralidade também se manifestam no Eixo Casa, um dos núcleos criados especialmente para esta versão carioca onde são apresentadas pinturas inspiradas em santos, entidades e experiências vividas na casa onde cresceu e hoje é seu ateliê.

“O eixo Casa é um núcleo novo. Ele apresenta a casa como um lugar de fé, de proteção, de memória. É onde tudo começou. As pinturas nessa parede são inspiradas nas histórias que ouvi dentro dessa casa e nos santos e entidades que acompanham minha família. É como se fosse um altar afetivo”, conta Mulambõ.

Além das imagens que evocam a fé, o artista também insere o espectador em um campo de fabulação. No Eixo Sonho, figuras como o “homem caranguejo” e o “homem palmeira” surgem como personagens de um folclore inventado, inspirado na cultura caiçara e nas vivências à beira-mar. Já no Eixo Bandeira, uma composição gráfica reúne símbolos do afeto, do alimento e da força espiritual numa espécie de estandarte de uma Saquarema subjetiva — uma cidade que é mais imaginada do que geográfica.

Em um gesto poético, Mulambö transporta a intimidade da casa para o espaço institucional, criando uma tensão produtiva entre o pessoal e o público. “Acho que essa exposição ganha um novo peso porque estamos levando esses elementos pessoais para um espaço institucional. É como se eu estivesse dizendo: isso aqui também é arte, isso também é história. A exposição vira quase um território, um espaço de afirmação. E acho que quem visitar vai sentir essa virada, esse atravessamento entre o íntimo e o público.”, explica o artista.

Esse diálogo entre a casa e o museu é um dos pilares da exposição. “Quando a gente leva esse altar da família para dentro da Galeria do Lago, é como se o museu estivesse acolhendo essa história. E ao mesmo tempo a casa ganha outro status, vira parte da narrativa artística. Acho bonito isso, esse trânsito.”, diz.

A curadora Bel Portella amplia esse olhar ao destacar que o trânsito entre espaços pessoais e institucionais revela camadas de pertencimento e afeto. “Quando o mar é personagem e morada, a travessia e o diálogo estabelecem uma ligação sem fronteiras, ultrapassando limites e criando outros encontros. A vida que pulsa nas águas de Saquarema também agita as da Baía de Guanabara. Ao entendermos que arte é vida, envolvendo tudo aquilo que tem significados pessoais e universais, percebemos que os espaços de criação e abrigo podem variar, mas sempre serão casa, morada, lugar de acolhimento.”

A dimensão oral e afetiva do trabalho também está presente no processo de criação, como o artista destaca: “Esse é um trabalho muito atravessado pela oralidade, pelas histórias que eu escutei e que agora viraram imagem. Tudo foi se misturando nas pinturas. Então, acho que quem vê a exposição está vendo também um pedaço dessas conversas, desses afetos.”, reflete.

“A versão aumentada da exposição é uma maneira eficiente de potencializar o alcance da mensagem do artista”, observa a produtora Bel Tinoco. “Através de sua obra, Mulambö apresenta aos visitantes um universo que é, ao mesmo tempo, particular, construído por individualidades, e público, porque nos congrega”, conclui. 

Além disso, a exposição conta ainda com núcleos dedicados à paixão pelo time local (Eixo Corpo), à relação vital com o oceano (Eixo Mar), e à presença animal, com destaque para a pintura do Guardião, um cachorro que ocupa discretamente o espaço entre as salas e funciona como símbolo de proteção e passagem. 

Como parte da programação da ArtRio, a exposição contará com uma visita mediada aberta ao público, no dia 12 de setembro, com a presença do artista e da curadora. Com recursos de acessibilidade como QR Codes com audiodescrição, peças gráficas e catálogos pensados para o espaço do museu, “O Canto da Vila” estabelece um território narrativo onde o íntimo se torna coletivo, e o afeto, uma forma de resistência.

“Em Saquarema, mais de mil pessoas prestigiaram a mostra, num cenário pouco acostumado a exposições de arte. No Rio, queremos levar esse frescor do trabalho do Mulambö tanto ao público do Museu da República quanto aos visitantes da ArtRio, fechando um ciclo que reflete sua trajetória”, complementa Fabiana Gabriel, Coordenadora geral do projeto.

SERVIÇO: DATA: 06 de setembro, às 14h (abertura); 12 de setembro, 11h às 13h (visita guiada com curadora e artista). / LOCAL: Museu da República (R. do Catete, 153 – Catete) / Visitação da Galeria do Lago: De quarta à domingo, das 11h às 17h. 

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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